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Última mensagem por noticias - 10, Janeiro, 2024, 03:55
Juíza é atacada após negar liberdade condicional a réu nos EUA

Agente do tribunal também ficou ferido no ataque. Acusado havia se declarado culpado anteriormente. Juíza é atacada após declarar sentença em tribunal dos EUA
A juíza Mary Kay Holthus foi atacada após negar o pedido de liberdade condicional de um réu em um tribunal de Nevada, nos Estados Unidos. O episódio aconteceu na quarta-feira (3) durante uma audiência de sentença e um oficial também ficou ferido.
Em uma gravação, é possível ver o momento em que o réu pula na juíza socando-a repetidamente e gritando palavrões enquanto os agentes de segurança tentam contê-lo.
O canal local KTNV disse que a juíza Holthus sofreu alguns ferimentos e sua condição está sendo monitorada, enquanto o oficial encaminhado ao hospital.
"Enviamos nossos mais sinceros votos de melhoras à juíza do Tribunal Distrital Mary Kay Holthus e ao delegado ferido em seu tribunal hoje. A sua dedicação à justiça e ao tribunal é verdadeiramente louvável. Desejamos a ambos uma rápida recuperação", afirmou a Procuradoria-Geral de Nevada no Twitter.
O homem envolvido no ataque é Delone Redden, que estava sendo condenado por agressão agravada com lesões corporais substanciais. Anteriormente, ele havia se declarado culpado pelas acusações.

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Última mensagem por noticias - 09, Janeiro, 2024, 03:53
Supremo Tribunal de Justiça abriu mais uma frente nas guerras do desgastado Netanyahu


     Em derrota para o premiê, decisão da mais alta corte israelense mostrou que tem a palavra final na briga com o governo.  Ao menos 400 mil pessoas em protesto em Tel Aviv, em Israel, contra reforma do governo Netanyahu que tira poderes do Judiciário, em abril de 2023.
Nir Elias/Reuters
Uma decisão sem precedentes do Supremo Tribunal de Justiça de Israel abriu mais uma frente nas guerras que o enfraquecido Benjamin Netanyahu enfrenta para se manter no poder.
Numa severa derrota para o premiê, a mais alta corte do país derrubou, pela primeira vez em sua História, uma de suas Leis Básicas, que em Israel fazem o papel da Constituição.
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O parecer remove a lei aprovada em julho pela coalizão de extrema direita comandada por Netanyahu, que retirou do Supremo Tribunal o poder de bloquear as decisões que os juízes considerem irracionais. Trata-se de um importante capítulo da guerra entre os poderes legislativo e judiciário.
No início do ano passado, o premiê empreendeu uma reforma para limitar o poder judiciário e enfrentou 30 semanas de protestos gigantescos e oposição ferrenha de magistrados, reservistas e agentes de inteligência, que defendiam a preservação dos preceitos da democracia israelense.
A rebelião civil contra o governo foi interrompida pelo ataque surpresa do Hamas ao sul do país. A guerra em Gaza, como resposta ao massacre de 1.200 israelenses, em outubro passado, ajudou a apaziguar os ânimos contra a reforma judicial do governo. Os israelenses se ocuparam de outras feridas, como a mobilização maciça de reservistas e a urgência na libertação de 240 reféns do Hamas.
Netanyahu ganhou esse salvo-conduto até o primeiro dia de 2024, quando o Supremo Tribunal optou por remover a legislação aprovada em julho pelo Parlamento. Com sua decisão contra o governo, o Supremo deixou claro que tem a palavra final na briga entre os poderes.
A decisão chega num péssimo momento para o primeiro-ministro. A última pesquisa de opinião de 2023, publicada na quinta-feira passada pelo jornal "Maariv", lhe conferia apenas 17 das 32 cadeiras no Parlamento que ele detém, caso as eleições fossem hoje. Réu em três processos na Justiça, Netanyahu precisa desesperadamente do poder, assegurado por parceiros ultra ortodoxos e de extrema direita.
Se aceitar a decisão, Netanyahu corre o risco de ver colapsar a coalizão governista que o sustenta no meio de uma guerra contra o Hamas. Embora as forças israelenses tenham anunciado a retirada de parte das tropas de Gaza, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, alertou que o conflito se prolongará ao longo deste ano.
Israel sinalizou uma mudança de tática para aliviar a economia, mas não o fim da guerra. Se o conflito terminar já, Netanyahu verá acelerar o ajuste de contas com o seu governo, assim como a atribuição de responsabilidades que levaram ao massacre de 7 de outubro.
Israel anuncia que vai retirar parte das tropas da Faixa de Gaza

Source: Supremo Tribunal de Justiça abriu mais uma frente nas guerras do desgastado Netanyahu
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Última mensagem por noticias - 08, Janeiro, 2024, 03:49
Milhares de doses de vacinas contra doenças infantis entram na Faixa de Gaza


     Elas chegaram pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, com a ajuda de instalações frigoríficas do governo egípcio, informou o Ministério da Saúde palestino. Palestinos passam por escombros em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Saleh Salem/Reuters
Milhares de doses de vacinas contra doenças infantis, incluindo poliomielite e sarampo, começaram a entrar na Faixa de Gaza, disse o Ministério da Saúde palestino nesta segunda-feira (1º).
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Elas chegaram pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, com a ajuda de instalações frigoríficas do governo egípcio, informou o órgão.
Israel anunciou na sexta-feira (29) que facilitaria a entrada de vacinas para ajudar a prevenir a propagação de doenças em Gaza.
Yasser Bouzia, chefe de relações intrnacionais no Ministério da Saúde em Ramallah, disse que se estima que existam cerca de 60 mil bebés recém-nascidos em Gaza, que normalmente receberiam vacinação, mas não tiveram acesso aos serviços médicos por causa da guerra.
Ele disse que a administração das vacinas seria difícil porque a maior parte da população de Gaza foi expulsa das suas casas, e centenas de milhares de pessoas estão vivendo em tendas ou outras acomodações temporárias.
As vacinas contra doenças como rubéola, poliomielite, sarampo e caxumba provêm de suprimentos adquiridos pelo Ministério da Saúde palestino e também doados pela UNICEF, afirmou o ministério.
Palestinos que fugiram de suas casas devido aos ataques israelenses abrigam-se em acampamento em Rafah
Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
Nova fase do conflito
Israel está retirando algumas forças de Gaza para focar em operações mais direcionadas contra o Hamas, e está devolvendo alguns reservistas à vida civil para ajudar a economia, disse um oficial israelense à Reuters.
De acordo com ele, desde o início da guerra, as autoridades israelenses disseram que o conflito teria três fases principais.
A primeira foi um bombardeamento intenso para limpar as rotas de acesso às forças terrestres e encorajar a evacuação dos civis. A segunda foi a invasão que começou em 27 de outubro.
Agora, com tanques e tropas já tendo invadido grande parte da Faixa de Gaza, os militares estão passando para a terceira fase, afirmou o funcionário. "Isso levará pelo menos seis meses e envolverá intensas missões de limpeza contra os terroristas."
No sábado (30), o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a guerra de Israel contra o Hamas vai continuar "por todas as frentes" e que a ofensiva ainda vai durar muitos meses, até uma vitória israelense.

Source: Milhares de doses de vacinas contra doenças infantis entram na Faixa de Gaza
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Última mensagem por noticias - 07, Janeiro, 2024, 03:45
Em discurso de Ano Novo, Vladimir Putin afirma que Rússia não vai recuar


     Presidente não mencionou a Ucrânia, mas prestou homenagem aos soldados russos: "nossos heróis". Foto de 28 de dezembro mostra o presidente Vladimir Putin em reunião com CEO de uma estatal russa
Sputnik/Gavriil Grigorov/Kremlin via Reuters
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou neste domingo (31) que o seu país "nunca recuará" depois de ter "defendido firmemente" os seus interesses em 2023, no seu discurso de Ano Novo, sem mencionar explicitamente a Ucrânia.
"Provamos repetidamente que podemos resolver as tarefas mais difíceis e que nunca recuaremos porque nenhuma força pode nos dividir", disse ele na televisão.
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Mesmo que Vladimir Putin não tenha mencionado diretamente o conflito na Ucrânia, iniciado há quase dois anos, o presidente fez várias alusões à guerra, como, por exemplo, prestando homenagem aos soldados, "nossos heróis".
Mas ao contrário do ano passado, quando o presidente apareceu ladeado por soldados fardados, desta vez Putin proclamou que o ano de 2024 seria o da "família", face ao cenário tradicional do Kremlin.
Leia também:
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Em 2023, "defendemos firmemente os nossos interesses nacionais, a nossa liberdade e a nossa segurança, os nossos valores", afirmou neste discurso transmitido pela primeira vez no Extremo Oriente russo, tendo em conta a diferença de fusos horários com Moscou.
O presidente afirmou que a Rússia, que vive "uma fase histórica", estará "ainda mais forte" no próximo ano.
Durante os seus desejos no ano passado, Vladimir Putin assegurou que a "correção moral e histórica" estava "do lado" da Rússia.
(Com informações da AFP)

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LEIA SEMPRE AQUI! / Milei quer cobrar taxa de estr...
Última mensagem por noticias - 06, Janeiro, 2024, 03:42
Milei quer cobrar taxa de estrangeiros que estudam de graça na Argentina; Gustavo Petro diz que vai repatriar 20 mil universitários colombianos


     Ha 117,8 mil estrangeiros que estudam no ensino superior da Argentina, ou 4,3% do total. De acordo com chefes de departamento da Universidade de Buenos Aires, essa cobrança não seria significativa do ponto de vista orçamentário. Congresso da Argentina terá sessão para avaliar megadecreto de Milei
Uma das medidas para economizar dinheiro que Javier Milei, o novo presidente da Argentina, propôs é a cobrança de uma taxa de alunos estrangeiros que estudam em universidades argentinas.
A cobrança será para os alunos estrangeiros que têm residência temporária na Argentina –ou seja, depois de formados, devem voltar aos seus países de origem.
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou na rede social X (Twitter) que o governo vai repatriar 20 mil estudantes colombianos que estudavam gratuitamente na Argentina. "(Eles foram literalmente expulsos desse país (da Argentina), para eles não houve a chamada 'liberdade'. Vamos trabalhar para que eles sigam com seus estudos na Colômbia sem grandes obstáculos e também gratuitamente", disse o presidente colombiano.
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A citação a liberdade é uma indireta para Javier Milei, um ultraortodoxo que diz ser libertário.
Números de alunos estrangeiros na Argentina
De acordo com uma reportagem do "La Nación", os números mais recentes de alunos estrangeiros são de 2021.
Total de alunos matriculados no ensino superior no país: 2,73 milhões.
Alunos estrangeiros: 117,8 mil, ou 4,3% do total.
A grande maioria (95,9%) é de latino-americanos.
Na Universidade de Buenos Aires, uma das mais importantes do país, a porcentagem de estrangeiros em cursos de graduação é de 9,5%, e nos cursos de pós são 16,5%.
O número de estrangeiros tem crescido no país. Segundo o "La Nación", de 2015 para cá, a porcentagem duplicou.
Reação das universidades
A Universidade de Buenos Aires deve dar uma resposta formal ao projeto de lei de Milei, mas chefes de departamento já se pronunciaram.
Guillermo Durán, da Faculdade de Ciências Exatas, disse que a medida é inconstitucional porque uma decisão como essa deveria ser tomada pela universidade, e não pelo governo –na Argentina, a autonomia universitária é garantida pela Constituição.
Ele também afirma que a cobrança não faria tanta diferença do ponto de vista do orçamento.
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Javier Milei acena durante evento em Buenos Aires no dia 12 de dezembro de 2023
JUAN MABROMATA / AFP

Source: Milei quer cobrar taxa de estrangeiros que estudam de graça na Argentina; Gustavo Petro diz que vai repatriar 20 mil universitários colombianos
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Última mensagem por noticias - 05, Janeiro, 2024, 03:38
Travessias de imigrantes: 'o delírio é tanto que alguns pulam achando que chegaram à terra firme e morrem afogados'


     A rota para as Ilhas Canárias é uma das mais mortíferas do mundo. Dois migrantes contam à BBC Mundo como vivenciaram a perigosa viagem em que o medo e a desolação tomam conta de quem viaja no barco. O trajeto entre a África e as ilhas Canárias é um dos mais mortais do planeta
GETTY IMAGES
As ondas atingem o pequeno barco de madeira... sente-se o medo, o frio, o choro, o odor...
Por mais que os anos se passem, Aboubacar Drame nunca conseguirá esquecer as dificuldades da sua viagem até as ilhas Canárias.
Centenas de jovens saem do litoral africano rumo à Espanha, em busca do que eles acreditam ser o sonho europeu. Aboubacar Drame foi um deles.
Com apenas 17 anos, ele foi da região de Kayes, no oeste do Mali, até a Mauritânia, onde embarcou em um bote. Quatro dias depois, ele chegou à ilha de Gran Canária.
Drame teve sorte e conseguiu chegar, mas muitos dos migrantes perdem a vida na viagem.
Apenas no primeiro semestre deste ano, 778 pessoas morreram ou desapareceram enquanto tentavam chegar ao litoral das ilhas Canárias, segundo estimativas do coletivo Caminando Fronteras, que monitora a região há mais de 20 anos.
"Nossa viagem no mar durou três dias. No quarto dia, nós chegamos", recorda Drame, em chamada de vídeo com a BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. "Sempre digo que, quando passa do quarto dia, o perigo começa a aumentar. Nós tivemos sorte."
Drame fez sua viagem em 2006, considerado pelo governo espanhol como o ano da "crise das canoas". Sua viagem foi muito parecida com a que milhares de pessoas enfrentam atualmente.
"O pior momento é o por do sol", explica ele. "Aqui, as pessoas dizem: 'olhe para o por do sol, que coisa mais bonita'. Mas, para nós, continua sendo um trauma, pois ele significava o início da noite, a escuridão, o sofrimento e o frio."
"Este era o momento mais terrível para mim, quando o sol começava a cair. Durante a noite, faz mais frio e parece que o mar bate com mais força. Você não dorme por toda a viagem. Todos ficam colados."
"Eu me lembro do cheiro, do vômito. É muito difícil, na verdade. As condições do bote são duríssimas e isso porque só foram quatro dias."
A viagem de Drame ocorreu durante outra grave crise migratória, similar à atual. Mais de 7,5 mil migrantes desembarcaram nas Canárias somente no mês de outubro. O arquipélago se prepara para bater o recorde de chegadas de migrantes.
Aboubacar Drame tem sete irmãos espalhados pela África. Ele é o único que mora na Europa e gostaria de voltar ao seu país – o Mali – no futuro
CORTESIA
Outras 19 pessoas viajavam com Drame. Normalmente, nos botes que transportam migrantes, costumam viajar 30 a 50 pessoas.
No caso dele, a embarcação estava menos lotada porque a guarda costeira chegou quando subiu o primeiro grupo. Eles precisaram sair apenas com os migrantes que já estavam a bordo.
"Viajar no Atlântico é muito difícil", insiste Drame. Ele conta que não comeu nem bebeu nada durante toda a viagem. "Chegamos muito esgotados. Imagine, quatro dias de viagem com enjoo de mar e tudo."
"Você faz suas necessidades ali, no próprio bote, amontoada de gente", relembra ele. "Os mais velhos choravam, rezavam, parecia que estavam ficando loucos. São os que mais sofrem."
"Todo o tempo, precisávamos retirar a água que entrava com as ondas. Você passa todos os dias molhado, com as pernas sempre mergulhadas na água."
Drame conta que toda esta situação causou feridas na sua pele, o que costuma ser muito comum, além das queimaduras e da insolação.
Em alguns casos, a falta de água e comida chega a fazer com que eles bebam a água do mar.
"Os órgãos começam a falhar e, em alguns casos, o delírio chega a um ponto que alguns pulam do barco pensando que chegaram à terra firme e morrem afogados", explica Silvia Cruz Orán, técnica do projeto da Cruz Vermelha chamado Migrantes Desaparecidos nas Canárias.
No caso de Drame, eles chegaram a contornar um problema no motor, um dia inteiro sem sinal de GPS e conseguiram chegar ao destino. Mas muitos botes e canoas se perdem devido a avarias, falta de gasolina ou porque a embarcação se parte.
Segundo a Caminando Fronteras, 244 embarcações desapareceram por completo, somente entre 2018 e 2022.
"Atualmente, a rota atlântica é o caminho ativo mais perigoso de todo o mundo", afirma a porta-voz da Caminando Fronteras, Helena Maleno.
Seus números são ligeiramente superiores aos da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pois a Caminando Fronteiras se baseia nas fontes primárias.
O Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM indica que 422 pessoas morreram ou desapareceram até agora em 2023 – 21% a mais do que o mesmo período do ano passado.
"É importante destacar que este número é aproximado para baixo", reconhece a OIM. "Acreditamos que o número de naufrágios seja maior do que os registrados, pois é muito difícil documentar incidentes nessa rota, devido à escassez de fontes e às dificuldades representadas pela documentação dos chamados naufrágios invisíveis."
Frente a estes dados, Drame sabe o quanto teve sorte. "Existem pessoas que veem outros morrerem no seu barco. Conosco, não. Tivemos sorte."
Aboubacar Drame mora atualmente na ilha de Gran Canária, onde ajuda o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na mediação com os migrantes do continente africano
CORTESIA
Ao todo, Drame gastou 700 euros (certa de R$ 3,7 mil).
"Muitos políticos falam em traficantes como se existisse uma grande máfia por trás. Mas, pela minha experiência, muitas vezes são os próprios passageiros que entram em contato com alguém que sabe onde comprar um bote", explica ele.
"Muitas vezes, quem dirige os botes são os próprios pescadores, que passam anos navegando. As pessoas dizem que eles podem viajar de graça, em troca de dirigir a embarcação."
'Afundam como sacos de batatas'Aboubacar Drame não foi o único menor de idade naquela travessia. Mas não havia nenhuma mulher.
"É muito raro que as mulheres viajem nos barcos que saem da Mauritânia", segundo ele. Como muitos outros, Drame também não sabia nadar, o que não o impediu de embarcar para a viagem.
"Resgatamos pessoas há muitos anos, mas é preciso ter em conta que costumam ser pessoas que não sabem nadar e que têm massa muscular um pouco maior que a dos europeus", segundo Manuel Barroso, chefe do Centro Nacional de Coordenação de Salvamento Marítimo da Espanha. "Por isso, eles afundam, com perdão da comparação, como se fossem sacos de batatas – ou seja, eles não aguentam."
"Você sabe que, no momento em que alguém cai na água, ou você o resgata, ou você o perde", explica ele.
O risco varia de acordo com a embarcação – botes, canoas, embarcações com pneus ou de madeira com fundo plano
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"Colocar um pé na água é um perigo para todos. A meteorologia, o estado da embarcação, o número de pessoas a bordo... tudo influencia", prossegue Barroso.
"O Atlântico é um mar aberto. Quando você se afasta da costa africana, encontra condições meteorológicas marítimas, com mais profundidade, com ondas mais altas. É uma região complicada. O perigo está latente a todo momento."
Por isso, o Atlântico se tornou uma vala comum invisível, dada a dificuldade de determinar a quantidade exata de pessoas que nele desaparecem e cujos corpos nunca chegam a ser resgatados.
"Entre os números totais de mortos e desaparecidos entre 2021 e 2023, 86% são desaparecidos, ou seja, corpos que não conseguimos recuperar", detalha Cruz Orán.
Para evitar as tragédias, mais de 300 pessoas especializadas em salvamento marítimo trabalham no resgate – somente nas ilhas Canárias.
Com a ajuda de 10 barcos salva-vidas (embarcações de intervenção rápida com três ou quatro tripulantes), três barcos da guarda costeira (embarcações de patrulha maiores que os salva-vidas), dois rebocadores, dois helicópteros e um avião de busca, as equipes de resgate tentam encontrar as embarcações a cada aviso que chega.
A tarefa é árdua, devido à grande extensão a ser vasculhada.
Nos meses de setembro, outubro e novembro, o mar costuma ficar mais calmo, o que aumenta o número de migrantes
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"É preciso levar sempre em conta que não é como procurar em uma pracinha. Estamos falando de quilômetros e quilômetros", explica Barroso.
"Imagine que você está no seu carro em algum ponto de um território três vezes maior que o da Espanha que precisa ser vasculhado." Em termos de Brasil, a área de busca equivale ao tamanho do Estado do Amazonas.
Em função dos dados recebidos, como a hora de saída, tipo de embarcação, motor, potência etc., é possível delimitar a área de busca e tentar localizar o barco.
"O momento do resgate, da aproximação, é um momento crítico – tão crítico que depende muito do estado das pessoas que se encontram a bordo. Eles costumam ficar nervosos, todos vão para o mesmo lado, a embarcação vira e precisamos tentar retirar 50 ou 80 pessoas da água no menor tempo possível, antes que elas afundem", detalha Barroso.
"Às vezes, encontramos pessoas em tão mau estado que, literalmente, precisamos saltar para dentro da embarcação para ajudá-los e levá-los para nossa unidade de resgate", ele conta.
"Você olha para o rosto da pessoa sendo resgatada e vê o cansaço e a necessidade: 'ajude-me ou vou morrer aqui'."
Os viajantes costumam chegar com desidratação, hipotermia ou queimaduras, e não é raro encontrar também migrantes mortos nas embarcações
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Barroso reconhece que, em navegações longas, é comum que os corpos das pessoas mortas sejam lançados ao mar. Mas, às vezes, quando os botes estão muitos cheios, seus ocupantes nem percebem.
"Eles acabam ficando empilhados uns sobre os outros por muitas horas", segundo ele. "No fim, os de baixo ficam asfixiados sem que os de cima percebam. E, quando começamos a retirar as pessoas, encontramos pelo menos 8 ou 10 mortos. É frequente."
Por isso, saber o tipo de embarcação e, principalmente, a distância percorrida é muito importante. Segundo dados da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), em 2022, chegaram às ilhas Canárias migrantes vindos principalmente do Marrocos, Guiné, Costa do Marfim e até do Senegal, de onde a viagem costuma levar cerca de nove dias.
Foi o caso de Thiambou Samb. Em 2016, com 17 anos de idade, ele embarcou em uma canoa no seu país natal, o Senegal, e chegou a Tenerife, nas ilhas Canárias, nove dias depois.
Com ele, vieram outras 137 pessoas. Foi a sua quarta tentativa.
Thiambou Samb é conhecido na Espanha como Thimbo – o nome escrito nos seus documentos pelas autoridades espanholas, que não entendiam bem o que ele falava
CORTESIA
"Na primeira viagem, depois de quatro dias, o mar estava muito revolto e o barco se partiu", ele conta. "Alguns pescadores se lançaram ao mar e o amarraram por baixo para podermos regressar."
"Na segunda vez, não tínhamos comida suficiente. E, na terceira, a barca se partiu e começou a entrar muita água", recorda ele. "Ali, foi muito difícil voltar. Todos estavam assustados, gritando, um caos total."
"Nesse momento, você para e se pergunta se realmente vale a pena fazer a travessia."
Na sua primeira viagem, Samb pagou 800 euros (cerca de R$ 4,2 mil). Depois, ele embarcou de graça com a condição de retirar a água da canoa.
Da mesma forma que Drame, Samb nunca irá esquecer a sua travessia.
"Lembro que, no quinto dia, fiquei de pé na parte dianteira da canoa e, para onde quer que olhasse, só via água", relembra ele.
"Depois, olhei como as pessoas que viajavam comigo estavam assustadas e pensei: 'estão todos assustados, mas não sabem que, se a canoa afundasse agora, eles teriam melhor destino do que eu, porque afundariam sem sofrimento."
"Eu sei nadar, flutuar, precisaria resistir por dias querendo morrer sem poder, porque não sei me suicidar no mar. Tudo isso vem à sua cabeça e o mundo à sua volta cai. É o momento de se perguntar por quê, por que estou fazendo isso", afirma Samb.
À noite, quando ficava encarregado do timão, Samb tentava animar seus companheiros. Ele cantava uma música que fala de um longo caminho e que, por mais difícil que seja, não devemos desistir.
"Eram momentos muito bonitos", relembra ele, sobre as noites em que se guiava pelo GPS e pelas estrelas.
Depois do desembarque, a Cruz Vermelha se encarrega de atender os migrantes, enquanto a polícia faz a primeira triagem no prazo de 72 horas
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Drame, Samb e todos os migrantes que chegam às ilhas Canárias são transferidos para um Centro de Internamento de Estrangeiros (CIE), onde eles podem ficar, no máximo, por 60 dias. Dados do governo espanhol indicam que eles costumam passar, em média, 45 dias nesses abrigos.
Eles são então transferidos para outros centros no continente ou devolvidos para seus países. As ONGs envolvidas e coletivos como Caminando Fronteras criticam a falta de transparência quanto ao número de pessoas deportadas.
A BBC News Mundo tentou obter esses números, sem sucesso. O Ministério do Interior da Espanha respondeu que "os dados de retorno não são públicos".
A rota migratória para as ilhas Canárias ganhou importância em 2006, durante a chamada 'crise das canoas'
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Some-se ao risco de deportação o fato de que as condições na Espanha são muito diferentes do imaginado pelos migrantes.
"Quando vi, anos depois, o filme O Diário de Anne Frank, percebi que estive em um campo de concentração – modernizado, mas um campo de concentração", recorda Samb, horrorizado, sobre os 18 dias que passou no abrigo até ser transferido para o continente.
"Sinceramente, para mim, o pior me esperava na Espanha, não na canoa", afirma ele.
Na sua longa viagem pela Espanha, Samb acabou dormindo por três meses debaixo de uma ponte sobre o rio Túria, em Valência.
"Precisei pegar quatro canoas para chegar à Espanha e descobrir a pobreza, para saber o que é ser pobre", comenta ele. "Quando cheguei à Espanha, percebi que era negro e o que isso representava."
A maioria dos amigos de Thiambou Samb viajou até as ilhas Canárias, mas nem todos chegaram ao arquipélago. Um dos seus melhores amigos desapareceu no mar. A imagem é de um de seus filmes
CORTESIA
O acaso fez com que ele encontrasse uma assistente social que fez uma pergunta que mudou a sua vida. "Ela perguntou: 'o que você quer ser?' Algo muito simples, mas que ninguém nunca havia me perguntado. Respondi que eu era pescador, mas o que me deixava feliz era representar."
Graças a essa pergunta, Samb acabou em um grupo de teatro do oprimido, onde conheceu o diretor da Fundação William Shakespeare de Valência. Dali, ele começou a trabalhar em filmes espanhóis famosos, como O Silêncio do Pântano (2019), O Mediador (2020) e na série de TV Antidistúrbios (2020).
Agora, Samb sonha em ganhar o prêmio Goya – o mais importante do cinema espanhol . E ele acumula milhões de visualizações no seu canal no TikTok, tentando conscientizar as pessoas sobre a atual crise humanitária.

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LEIA SEMPRE AQUI! / Nos EUA, homem sofre acidente ...
Última mensagem por noticias - 04, Janeiro, 2024, 03:36
Nos EUA, homem sofre acidente em caminhonete, fica 6 dias preso em destroços e é resgatado com vida; veja vídeo

Dois pescadores notaram que havia algo brilhando e se aproximaram para ver o que era. Eles encontraram o motorista preso atrás do airbag e chamaram o resgate. Homem fica seis dias preso dentro de destroços de carro até ser resgatado nos EUA
Um motorista que sofreu um acidente em sua caminhonete em uma estrada do estado de Indiana, nos Estados Unidos foi encontrado com vida depois de passar uma semana preso dentro do veículo. Ele foi resgatado por dois pescadores, que viram os destroços do veículo.
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Segundo a polícia, o motorista ficou seis dias dentro dos destroços do carro. O homem conseguiu sobreviver por dois motivos:
O frio não foi tão severo.
Ele conseguiu se hidratar com água de chuva.
Os dois homens estavam pescando em um rio no estado de Indiana na terça-feira (26), quando viram algo brilhante no curso d'água que passa embaixo de uma rodovia interestadual.
Ao se aproximarem, os pescadores perceberam que havia um homem preso atrás de um airbag. Mario García, um dos dois pescadores, disse que tocou o ombro do homem que estava imobilizado dentro do carro. "Ele se virou, estava acordando, estava vivo e muito feliz em nos ver, eu nunca tinha visto alguém tão aliviado", disse Garcia em entrevista coletiva.
Os dois pescadores ligaram para o serviço de emergência. O resgate foi difícil porque o veículo estava preso em um banco de terra entre o rio e as colunas da ponte.
Depois de ser resgatado de dentro da caminhonete, o motorista de 27 anos foi transferido em helicóptero para um hospital próximo, onde os paramédicos informaram que ele apresentava ferimentos graves e seu prognóstico era de vida ou morte, disse Glen Fifield, da Polícia Estadual de Indiana, em uma entrevista coletiva.
Por uma razão ainda não esclarecida, a caminhonete foi parar embaixo da ponte da rodovia. O veículo estava praticamente imperceptível da estrada, segundo as autoridades.
O motorista contou aos homens que o resgataram que estava preso ali desde a quarta-feira passada, há quase uma semana, e que não conseguia encontrar seu telefone. "Ele contou que gritou muitas vezes, mas que ninguém conseguia ouvi-lo."
Embora ele tenha provavelmente sobrevivido graças às temperaturas amenas do fim de semana de Natal deste ano, a previsão indicava a chegada de uma frente fria para a noite de terça, e "ele provavelmente não aguentaria nem mais um dia", disse García à televisão americana.

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LEIA SEMPRE AQUI! / 'Cirurgias quase na escuridão ...
Última mensagem por noticias - 03, Janeiro, 2024, 03:35
'Cirurgias quase na escuridão e ao som de bombas': o relato dramático da 1ª cirurgiã formada na Faixa de Gaza


     Em agosto de 2023, Sara Al-Saqqa se tornou a primeira cirurgiã a se formar em Gaza e encontrou emprego no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa. Apenas oito semanas depois, eclodiu a guerra entre Hamas e Israel e todos os seus planos foram interrompidos pelo conflito.
 Sara al-Saqqa com seus colegas em Gaza
SARA AL-SAQQA
Quando se formou em agosto, a palestina Sara al Saqqa, 31 anos, fez história ao se tornar a primeira cirurgiã a se formar na Faixa de Gaza.
"Tinha muitas ambições e ideias sobre como melhorar os cuidados de saúde", diz ela, que esperava um dia abrir sua própria clínica.
Mas, oito semanas depois, seu único desejo era de que a sua família sobrevivesse aos ataques de Israel.
"As prioridades de todos mudaram e agora só pensamos em permanecer vivos".
Sara trabalhou no maior hospital de Gaza, Al Shifa, no norte do território, desde que se formou.
No dia 7 de outubro, ela estava de folga e se lembra de ver sua irmã mais nova, de 17 anos, se arrumando para ir para a escola.
"Mas começamos a ouvir bombardeios e não a deixamos ir", diz ela.
Quando Sara checou seu telefone, viu a notícia de que o Hamas havia atacado Israel. Homens armados mataram 1.200 pessoas e fizeram cerca de 240 reféns.
Hospital Al Shifa recebeu centenas de feridos de ataques israelenses
GETTY IMAGES
Desde então, os ataques aéreos e as invasões terrestres de Israel reduziram grande parte de Gaza a escombros, matando 20 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
Sara foi imediatamente convocada para trabalhar.
Ao chegar, viu "um massacre, com uma avalanche de feridos", conta.
Desde o início, os funcionários ficaram impressionados com o grande número de pessoas "com membros amputados por estilhaços e diversos tipos de lesões causadas por queimaduras intensas".
Quando Israel iniciou os seus ataques aéreos, pediu que os habitantes de Gaza evacuassem a parte norte do enclave e se deslocassem para o sul, sob a alegação de que lá estariam mais seguros.
Mas Sara decidiu ficar.
"Trabalhamos sem parar por mais de 34 dias; não podíamos voltar para casa", conta.
Ele descreve para a BBC como as condições pioraram rapidamente: "Depois de cada bombardeio, centenas de pacientes chegavam ao mesmo tempo e era impossível cuidar de todos eles".
Sarah al Saqqa trabalhou 34 dias sem descanso até ter que deixar hospital para sua segurança
SARAH AL-SAQQA
Muitos procuraram segurança nas dependências do hospital.
As pessoas lotavam todos os espaços disponíveis, assavam pão nos corredores, dormiam no chão e nos armários e tentavam distrair os filhos com brincadeiras.
O hospital estava com dificuldades para conseguir suprimentos básicos, como medicamentos e luvas esterilizadas, e Sara teve que decidir quais pacientes priorizar com base nas chances de sobrevivência.
'Desamparada'
"Me senti horrível. Fiquei completamente desamparada", diz ela. "Fiz o melhor que pude com o pouco que tínhamos para tratar os pacientes. Fiquei arrasada por não ter conseguido salvar tantas vidas inocentes."
No entanto, houve momentos de esperança.
Sara ajudou a dar à luz um bebê pela primeira vez depois que ela e a mãe ficaram presas uma noite na sala de cirurgia enquanto bombas caíam do lado de fora.
Sara tentou desesperadamente chamar um ginecologista para ajudá-la, mas ninguém apareceu.
Às 6h já não podia esperar mais. "Pedi a Deus para me ajudar e salvar a mãe e a menina", diz ela.
O bebê nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço, mas Sara conseguiu retirá-lo e trouxe a menina ao mundo com segurança.
Grata, a mãe deu o nome de Sara para a filha.
Mãe de bebê salva por Sara deu nome dela para filha
SARAH AL-SAQQA
Um dos maiores desafios para Sara foi quando as comunicações foram cortadas. Ela parou de receber notícias de sua mãe, de seus quatro irmãos e de sua avó.
Quando isso aconteceu, a família se dirigia para Rafah, no sul de Gaza, e Sara não sabia se estavam vivos ou mortos: "Eu não conseguia funcionar, não conseguia fazer nada".
Sara conta que estava com medo de que eles se encontrassem em um lugar bombardeado.
'Pior fase da minha vida'
Mas, à medida que o conflito aumentava, os desafios de Sara se multiplicaram.
Os suprimentos de comida e água acabaram e "durante a última semana não houve eletricidade... sobrevivemos com o mínimo".
Algo tão singelo como receber um pedaço de pão se tornou um momento de alegria.
Durante ataques israelenses, pessoas buscaram segurança no hospital Al Shifa
GETTY IMAGES
Quando as luzes se apagaram, ela teve que percorrer os corredores lotados do hospital à luz de velas e realizar cirurgias quase na escuridão, com o som de bombas ao seu redor.
"Descreveria esse período como o pior da minha vida. Vivi um inferno", diz.
Quando as bombas se aproximaram do hospital e ficou claro que o Exército israelense estava prestes a invadir o local, Sara temeu morrer se ali permanecesse, então decidiu deixar tudo para trás e também seguir para Rafah para ficar junto de sua família, que agora está abrigada na casa do tio dela.
No entanto, a médica não fez a viagem para o sul sozinha. Caminhou com os colegas e com a mãe e o bebê que ajudou a trazer ao mundo.
Quando o Exército israelense invadiu o hospital, as autoridades israelenses afirmaram que se tratava de uma "operação direcionada contra o Hamas" e alegaram que haviam encontrado no local um "centro de operações", algo que o Hamas negou.
Sem água ou comida
Ao descrever a sua vida e a onda de mais de 1 milhão de deslocados de Gaza, Sara diz: "Não temos água para beber nem comida para colocar na boca. Escolas, praças. O inverno chegou e não estamos preparados, não temos roupas, nem cobertores, nem nada."
Ela ainda está tentando usar seu treinamento médico quando pode.
"Todos os dias saímos e ajudamos no que podemos porque os abrigos e as escolas precisam de nós".
Sara diz estar preocupada com o que o futuro reserva para ela e sua família.
"Este ano deveria ser o último ano de escola da minha irmã antes de ela se formar e começar sua vida, mas agora não temos ideia do que vai acontecer."
Tal como outros moradores de Gaza, suas esperanças e sonhos deram lugar à luta pela própria sobrevivência.

Source: 'Cirurgias quase na escuridão e ao som de bombas': o relato dramático da 1ª cirurgiã formada na Faixa de Gaza
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LEIA SEMPRE AQUI! / EUA atacam alvos de forças apo...
Última mensagem por noticias - 02, Janeiro, 2024, 03:34
EUA atacam alvos de forças apoiadas pelo Irã no Iraque

Ação é resposta a um ataque anterior, que feriu três americanos, afirmou o secretário de Defesa Lloyd Austin. Os Estados Unidos atacaram, nesta segunda-feira (25), três alvos que, segundo os militares, eram usados por forças apoiadas pelo Irã no Iraque, em resposta a um ataque anterior que feriu três americanos, afirmou o secretário de Defesa Lloyd Austin.
"As forças militares dos EUA realizaram ataques contra três instalações usadas pela Kataeb Hezbollah e grupos afiliados no Iraque", disse Austin em um comunicado.
"Esses ataques de precisão são uma resposta a uma série de ataques contra pessoal dos EUA no Iraque e na Síria, por milícias patrocinadas pelo Irã, incluindo um ataque da Kataeb Hezbollah e grupos afiliados no Arbil Air Base", declarou.

Source: EUA atacam alvos de forças apoiadas pelo Irã no Iraque
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LEIA SEMPRE AQUI! / Venezuela tacha como 'provocaç...
Última mensagem por noticias - 01, Janeiro, 2024, 03:32
Venezuela tacha como 'provocação' envio de navio de guerra britânico à Guiana


     País enfrenta disputa com Guiana em torno da região de Essequibo, rica em petróleo. HMS Trent faz parte da categoria River Class nas embarcações da Marinha Real
Site da Marinha Real
O Reino Unido anunciou neste domingo (24) o envio de um navio militar para a Guiana, uma de suas ex-colônias que mantém uma disputa com a Venezuela sobre o Essequibo, região rica em petróleo administrada por Georgetown.
"O 'HMS Trent' partirá este mês para a Guiana, nosso aliado regional e parceiro na Commonwealth, para uma série de compromissos na região", afirmou o ministério da Defesa britânico em comunicado.
Segundo a BBC, o navio deve participar de exercícios militares após o Natal com outros aliados da Guiana, que foi colônia britânica até 1966. A emissora britânica não especificou quais outros países estão envolvidos.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou o envio do navio militar como uma "provocação".
"Um navio de guerra em águas a serem delimitadas? E então? E o compromisso com a boa vizinhança e a convivência pacífica? E o acordo de não ameaçar e usar a força mutuamente em nenhuma circunstância?", publicou Padrino López no X (antigo Twitter), referindo-se ao acordo assinado em 14 de dezembro durante o primeiro encontro entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali.
"Seguimos alertas a essas provocações que colocam em risco a paz e a estabilidade do Caribe e de nossa América!", concluiu o chefe militar venezuelano.
Londres já havia manifestado seu apoio à Guiana com a visita, no início da semana, de David Rutley, chefe da diplomacia britânica nas Américas.
O 'HMS Trent', que costuma operar no Mar Mediterrâneo, já havia se deslocado no início de dezembro para o Caribe para combater o tráfico de drogas.
A Venezuela reivindica há mais de um século a soberania sobre este território de 160.000 km². No entanto, sua reivindicação se intensificou após a descoberta de vastas reservas de petróleo nesta região em 2015.
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A Guiana argumenta que um tribunal de arbitragem em Paris estabeleceu as fronteiras em 1899, entre a Venezuela e a então colônia.
As tensões entre os dois países se acentuaram após a realização de um referendo sobre a soberania do Essequibo em 3 de dezembro na Venezuela.
Mas Maduro Ali se reuniram em 15 de dezembro e reduziram a tensão, embora não tenham resolvido suas diferenças fundamentais.
Venezuela e Guiana se comprometem a não usar força na disputa por Essequibo

Source: Venezuela tacha como 'provocação' envio de navio de guerra britânico à Guiana