Por que Trump voltou atrás e sancionou o pacote emergencial?

Iniciado por noticias, 30, Dezembro, 2020, 09:00

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Por que Trump voltou atrás e sancionou o pacote emergencial?

Reviravolta mantém presidente em posição confortável entre correligionários republicanos, que ainda o consideram vitorioso, apesar da derrota nas eleições Donald Trump, presidente dos EUA, na Casa Branca em foto de 12 de dezembro
Cheriss May/Arquivo/Reuters
Para 89% dos eleitores republicanos, no dia 20 de janeiro, o presidente Donald Trump deixará a Casa Branca pela porta da frente, numa posição extremamente confortável que lhe permita, em 2024, concorrer pelo partido à Presidência dos EUA. O índice de aprovação entre seus correligionários, apontado em nova pesquisa Gallup, revela que Trump não perdeu força apesar da derrota em novembro.
A maioria dos partidários ainda considera o presidente vitorioso e acredita que ele só não cumprirá o segundo mandato porque a eleição foi roubada em favor de Joe Biden. Esta visão distorcida da realidade move o presidente e seus adeptos para um pântano no qual ele reina como franco favorito, sem nenhum opositor disposto a lhe fazer frente.
Embora sem evidências e rejeitado em várias instâncias judiciais, o discurso de fraude apregoado por Trump impregnou em grande parte dos republicanos e tornou as lideranças políticas do partido reféns do presidente.
O maior reflexo da conduta errática nos últimos dias de mandato foi a ameaça de veto ao pacote de US$ 900 bilhões em benefícios para aliviar os efeitos da pandemia na economia americana. Aprovada pelo Congresso num esforço bipartidário, após seis meses de complicadas negociações, a legislação empacou quando chegou a Trump, na véspera do Natal.
Sob pressão, Trump assina plano de alívio econômico de US$ 900 bilhões
A reação negativa e furiosa do presidente ao pacote tinha como alvo os políticos republicanos que reconheceram, embora tardiamente, a vitória de Biden nas eleições. Sob o argumento de que a conta final do auxílio emergencial era "uma desgraça", Trump manteve o país em suspenso, sob o risco de paralisação parcial, até a noite deste domingo, quando finalmente assinou a lei.
O auxílio emergencial prevê pagamentos de US$ 600 aos americanos afetados pela pandemia. Em mais um de seus desatinos, o presidente passou a considerar o valor irrisório e sugeriu aumentar os cheques para os US$ 2 mil defendidos inicialmente pelos democratas.
Se não ratificasse a lei, Trump deixaria as bancadas republicanas na Câmara e no Senado em situação embaraçosa; afinal, toda a negociação foi conduzida pelo governo. Um veto presidencial ao pacote aprovado com uma margem esmagadora poderia ser anulado no Congresso.
"Eu entendo que ele quer ser lembrado por defender grandes cheques, mas o perigo é que ele será lembrado pelo caos, pela miséria e pelo comportamento errático se permitir que isso expire", atestou o senador republicano Pat Toomey no programa "Fox News Sunday".
Os EUA amargam a mais trágica cifra registrada até agora pela pandemia: um em cada mil americanos morreu de Covid-19 nos últimos dez meses -- 63 mil somente no mês de dezembro. Da mesma forma que surpreendeu seus correligionários ameaçando vetar o socorro, Trump flagrou o país em uma nova reviravolta no domingo à noite, sancionando a lei antes que expirasse o prazo para a suspensão de dois programas federais.
Evitou a paralisação do governo e também que 11 milhões de americanos perdessem o auxílio-desemprego. A mudança repentina teve a precisão de deter o desgaste político maior, desta vez em sua própria base de eleitores. Às vésperas do segundo turno da eleição na Geórgia para definir duas vagas ao Senado e manter a maioria republicana, só restou ao presidente uma alternativa ao imbróglio criado por ele: ceder.  
Trump sanciona projeto de lei que garante novo auxílio emergencial

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