Doria afirma que SP vai receber 5 milhões de doses de vacina chinesa contra Covid-19 em outubro

Iniciado por noticias, 20, Setembro, 2020, 21:00

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Doria afirma que SP vai receber 5 milhões de doses de vacina chinesa contra Covid-19 em outubro

Governador de SP anunciou ainda que, até dezembro, serão 46 milhões de doses da vacina em SP. CoronaVac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, que tem parceria com o Instituto Butantan. João Doria, (PSDB) Governador de São Paulo, durante coletiva de imprensa sobre medidas de combate ao Coronavírus, (COVID-19) nesta sexta feira, (18) no Palácio dos Bandeirantes.
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou neste domingo (20) que o estado vai receber 5 milhões de doses da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan já no mês de outubro.  
O acordo com o laboratório chinês prevê o envio de doses prontas ou semi-prontas da CoronaVac fabricadas na China. Até esta segunda, o governo estadual afirmava que seriam 45 milhões doses ainda neste ano. Neste domingo, Doria disse, pelas redes sociais, que o total de doses será de 46 milhões apenas em 2020.
"Os testes continuam com os médicos e enfermeiros voluntários em seis estados e, em breve, se tudo correr como planejado, poderemos imunizar milhões de brasileiros. Vacina simboliza a esperança, a certeza de que tudo isso vai passar. Bom domingo a todos", disse Doria em post nas redes sociais.
Os detalhes do acordo do governo estadual com a Sinovac, laboratório chinês que desenvolve a vacina em parceria com o Butantan, são sigilosos. Se a vacina for aprovada nos testes clínicos que estão em curso atualmente, sua produção em solo nacional será feita em uma fábrica que o governo estadual pretende adaptar.
Quando o governo de São Paulo anunciou o investimento de R$ 96 milhões em doações para obras na fábrica, no dia 29 de julho, Doria disse que, se a gestão estadual alcançasse a meta de R$ 130 milhões, seria possível dobrar a produção de 60 milhões de doses previstas para 120 milhões.
No entanto, em um comunicado enviado à imprensa no mesmo dia, a gestão estadual afirmou que já eram previstas 120 milhões de doses da vacina, e que o investimento possibilitaria dobrar esse número, alcançado 240 milhões de doses.
Dias antes, em apresentação online, Dimas Covas, diretor do Butantan, anunciou outra previsão. Segundo ele, a expectativa era a de que seriam recebidas 120 milhões de doses da vacina prontas e semi-prontas e a fábrica do instituto poderia produzir outras 100 milhões de doses (veja no slide abaixo).
Posteriormente os valores divulgados mudaram mais uma vez. Atualmente, o acordo com o laboratório chinês prevê, segundo o governo, o envio de 15 milhões prontas e 30 milhões semi-prontas neste ano. Outros 16 milhões de doses semi-prontas estão previstas para serem entregues até março de 2021.
O governo de São Paulo ainda negocia com o Ministério da Saúde um investimento de cerca de R$ 1,9 bilhão que possibilitaria a oferta de 100 milhões de doses da vacina até maio de 2021.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, apresenta slide que prevê produção de 100 milhões de doses de vacina contra Covid-19
Reprodução
Expansão de fábrica do Butantan
Doria anunciou nesta segunda-feira (14) a conclusão de uma nova etapa de arrecadação de doações para a fábrica do Instituto Butantan que deve produzir a vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o instituto.
Segundo Doria, as doações de empresas do setor privado somam R$ 97 milhões. Em 29 de julho, o governo já havia anunciado que obteve R$ 96 milhões em doações para a empreitada.
Na época, o governo estimava que seriam necessários R$ 130 milhões para a empreitada – faltavam, portanto, R$ 34 milhões em doações. No entanto, nesta segunda, o governo anunciou um novo valor estimado para a obra: R$ 160 milhões. Diante dessa nova estimativa, o valor que ainda precisa ser arrecadado pulou para R$ 63 milhões.  Toda a verba não virá, necessariamente, de doação. O governo estadual ainda pleiteia aporte do governo federal.
Vacina chinesa CoronaVac, em fase de testes no Hospital de Clínicas da Unicamp
Marília Rastelli/EPTV
O governo de São Paulo negocia com o Ministério da Saúde um investimento de cerca de R$ 1,9 bilhão, dos quais:
 R$ 85 milhões iriam para o estudo clínico
 R$ 60 milhões para reforma da fábrica
o restante possibilitaria que a oferta de vacinas chegasse a 100 milhões de doses até maio de 2021
Foto do Governo do Estado de São Pahlo mostra voluntária tomando vacina experimental contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil, no dia 21 de julho, na capital paulista.
Handout / Governo do Estado de São Paulo / AFP
O governo afirma que, com o valor já arrecadado, foi possível contratar o projeto executivo da fábrica e o início das obras deve ocorrer em novembro. As adaptações devem seguir por cerca de 10 a 15 meses, segundo o presidente da InvestSP, Wilson Mello, que prevê que a obra deve ser encerrada no 2º semestre de 2021.
"É uma fábrica multipropósito, ela tem a flexibilidade de poder produzir não só a CoronaVac mas também outros tipos de vacina, então terá sua utilidade durante o projeto de imunização contra o coronavírus, mas também para outras campanhas importantes", disse Mello.
O local que deve ser utilizado, chamado pelo Butantan de Centro Multipropósito para Produção de Vacinas (CMPV), tem uma área de mais de 2,5 mil metros quadrados e, atualmente, encontra-se fora de operação. A expectativa é que, com as doações, seja possível habilitar o espaço para a produção da CoronaVac e de outras vacinas feitas com tecnologia similar.
"A construção da fábrica é o último passo da transferência de tecnologia, ela deve estar pronta no final do próximo ano e operando em plena capacidade no início de 2022. É uma boa notícia, vai dotar o Butantan de uma fábrica moderna, dentro de toda a tecnologia mais avançada que existe nesse momento, então as notícias são muito boas e estamos muito otimistas em relação a esses prazos anunciados", disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, nesta segunda.
Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista em São Paulo. Foto de julho de 2020
Amanda Perobelli/Reuters
Readequação do Butantan
Em outro slide apresentado no mês de julho, Dimas Covas fez um resumo das obras de readequação a serem feitas no CMPV para a produção da CoronaVac.
Na apresentação, o valor da adequação é estimado em R$ 120 milhões, sendo 40% deles destinados a compra de equipamentos e 60% para investimentos em tecnologia.
Dimas Covas apresenta detalhes da readequação do Instituto Butantan para a produção de vacina contra Covid-19
Reprodução
Este valor difere dos R$ 130 milhões apresentado por Doria em coletiva de imprensa no final de julho e dos R$ 160 milhões anunciados nesta segunda-feira.
Também em julho o governo de SP anunciou que "a campanha por doações segue até o final de agosto" para que os "R$ 34 milhões restantes sejam arrecadados com apoio de empresas e grupos filantrópicos privados."
Veja vídeos sobre a vacina contra Covid-19:
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