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Título: Amiga de brasileira morta em ataque na França guarda cartão de 1995: 'Dizia que estava gostando'
Mensagem de: noticias em 01, Novembro, 2020, 09:01
Amiga de brasileira morta em ataque na França guarda cartão de 1995: 'Dizia que estava gostando'

Simone Barreto nasceu em Salvador e estava na França desde 1995. Com formação de cozinheira, trabalhava também como cuidadora de idosos. Ela deixa 3 filhos.  Moradores de Nice prestam homenagens às vítimas de ataque
Com fotos e cartão postal na mão, Nelcy Ataíde relembra a amiga de infância Simone Barreto, uma das vítimas do atentado terrorista na Basílica de Notre-Dame de Nice, na França, na quinta-feira (29). Simone tinha nacionalidade francesa, formação de cozinheira, e atualmente trabalhava também como cuidadora de idosos, segundo informou a rádio pública francesa RFI, primeira a confirmar a identidade da vítima.
"Esse foi o segundo cartão postal que ela me enviou. É de 1995. Há algum tempo ela não envia mais cartões por causa das redes sociais, que facilitam a comunicação. Nesse cartão ela dizia que lá era muito lindo e que ela estava gostando muito", disse Nelcy, nesta sexta-feira (30).
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Moradora do Lobato, bairro em que Simone nasceu e viveu até ir para a França no ano de 1995, Nelcy relembrou momentos que viveram juntas. Segundo ela, Simone fazia questão de manter contato com os amigos da Bahia.
Emocionada, Nelcy leu um trecho do cartão postal que recebeu da amiga em 1995 e que ainda guarda como recordação.
"Está tudo bem com todos? Sua mãe? Deus ajude a todos aí, eu estou bem. Aqui é muito bonito, muito movimentado. Dê lembranças a todos e se puder escreva para mim. Beijos".  
Simone (em destaque na foto) quando ainda morava em Salvador
Arquivo Pessoal
As recordações de Nelcy também estão registradas em fotos. Em uma delas, as amigas aparecem juntas em uma festa de aniversário, em Salvador.
"Ela nunca deixou lembranças negativas em todo tempo em que convivemos. Estudávamos na mesma escola. Quando ela saiu [foi para França] foi triste, foi nova, disse que ia tentar uma vida melhor. Quando ela chegou lá ganhou uma vida nova. Ela casou, teve filhos, se separou. Mesmo quando se separou, ela está a bem, feliz, realizada profissionalmente", disse.  
Cartão postal que Nelcy recebeu de Simone em 1995, quando a baiana chegou na França
Arquivo Pessoal
Simone Barreto tinha nacionalidade francesa e também atuava como cuidadora de idosos. Ela tinha formação de cozinheira e a todo tempo demonstrava o amor pela gastronomia, conforme relata a amiga.
Nas redes sociais, Simone fez diversos registros de seus pratos e momentos gastronômicos.
Ainda nas redes sociais, a baiana expressava a felicidade com a família e suas conquistas.
"Era uma pessoa muito alegre, todos gostavam quando ela vinha pra cá [Salvador]. Eu acompanhava muito ela pelo Facebook. Eu perguntava a ela receitas que ela publicava. Era uma pessoa muito querida. Tem muito tempo que ela não vem aqui, mas quando vinha, tinha festa, estava sempre com os amigos, com a família. Vai deixar saudades. Ela era uma pessoa esforçada, batalhadora", disse Megui Gomes, moradora do Lobato que é amiga da família de Simone.
Simone tinha formação de cozinheira e demonstrava amor pela gastronomia nas redes sociais
Reprodução/Redes Sociais
De acordo com familiares, Simone não visitava a Bahia havia cerca de 7 anos, mas mantinha contato com amigos e familiares. Quatro irmãos da baiana moram na França, apenas uma segue em Salvador, no bairro do Lobato. Abalada, ela preferiu não gravar entrevista com a equipe de reportagem da TV Bahia.
O aposentado José Rodrigues conheceu Simone quando ela ainda tinha 2 anos e conta que vai guardar na memória a alegria da baiana que um dia quis ganhar o mundo.
"Ela sempre foi uma menina alegre, brincalhona, abraçava as pessoas, beijava. Tudo isso ela fez com a gente aqui. Hoje ela partiu, deixa muita saudade", disse.
Simone deixou o Brasil aos 19 anos para participar de um grupo de dança dirigido por uma de suas irmãs. Ela deixa três filhos, de 15, 10 e 6 anos. O mais velho é um adolescente, fruto do relacionamento com um francês. O pai dos outros dois é baiano. Todos os filhos de Simone nasceram na França, segundo informações de familiares. Os pais dela já são falecidos.
Ela era também agitadora cultural em Nice e organizou, com as irmãs e as primas, a Festa de Yemanjá na cidade. Atualmente, trabalhava também como cuidadora de idosos.
Segundo integrantes da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris, Simone e as irmãs participaram da Ala em 2019, mas não estiveram este ano por causa da pandemia da Covid-19.
Atentado
Simone Barreto Silva, brasileira que morreu no ataque à Basílica de Notre-Dame de Nice, na França
Reprodução/Facebook/Simone Barreto Silva
Durante o atentando, Simone foi ferida por golpes de faca e morreu em um restaurante quase em frente à catedral, onde tentou se abrigar. Um dos proprietários do restaurante l'Unik, Brahim Jelloule, falou à TV France Info que ela chegou no local completamente ensanguentada.
O irmão de Jelloule e o funcionário chegaram a entrar na igreja, mas viram o homem armado com uma faca, foram ameaçados pelo terrorista e saíram correndo. Foram eles que chamaram a polícia. Segundo Jelloule, Simone morreu uma hora e meia depois de ter sido ferida. O atentado ocorreu às 9h da França (6h da manhã em Brasília).
Ainda não informações sobre liberação do corpo de Simone e nem se o enterro dela será na França ou no Brasil.
Repercussão
A brasileira Simone Barreto Silva morreu no ataque à basílica de Nice
Reprodução/Facebook/Simone Barreto Silva
O Itamaraty divulgou uma nota oficial na qual repudia o ataque e lamenta a morte da brasileira. O texto diz que "o presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e governo franceses".
O Itamaraty informou ainda que, por meio do Consulado-Geral em Paris, "presta assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque terrorista".
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se manifestou em seu perfil em uma rede social. "Profundo pesar pela morte de uma brasileira de 44 anos, mãe de três filhos, ocorrida hoje em Nice, na França, uma das três vítimas fatais do brutal atentado cometido por um terrorista na Basílica de Nossa Senhora", escreveu.
O governador da Bahia usou as redes sociais para se solidarizar com a morte de Simone. "Triste e indignado. Que Deus conforte familiares e amigos de Simone e das outras vítimas desse crime bárbaro. Solidariedade à França e ao mundo que defende o amor e a paz", contou.
O prefeito de Salvador, ACM Neto, também falou sobre a morte da mulher. No perfil oficial, ele disse: "Fica a nossa imensa consternação diante desse crime bárbaro, condenado por todos os líderes mundiais, com os quais nos uniremos agora, na certeza de que o bom senso, a razão e a lucidez irão subjugar a irracionalidade, o fanatismo e a intolerância religiosa".
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Source: Amiga de brasileira morta em ataque na França guarda cartão de 1995: 'Dizia que estava gostando' (https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/10/30/amiga-de-brasileira-morta-em-ataque-na-franca-relembra-chegada-da-vitima-na-europa-e-guarda-cartao-de-1995-dizia-que-estava-gostando.ghtml)