Corte eleitoral da Bolívia confirma reeleição de Evo Morales e se diz aberta a auditorias

Iniciado por noticias, 27, Outubro, 2019, 21:02

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Corte eleitoral da Bolívia confirma reeleição de Evo Morales e se diz aberta a auditorias


   Após processo eleitoral polêmico, partido de Evo foi declarado vencedor com 47% dos votos. Organização dos Estados Americanos e União Europeia defendem auditoria e, por enquanto, Brasil não reconhece resultado. Tribunal Eleitoral da Bolívia aceita possibilidade de auditoria na contagem dos votos
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou neste sábado (26) a reeleição de Evo Morales com apuração de 100% das urnas.
O órgão colocou-se à disposição para auditorias, como sugerido pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia (UE). Por enquanto, o Brasil não reconhece os resultados. A eleição pode dar a Morales seu quarto mandato e ele segue no poder desde 2016.
Em mensagem publicada nas redes sociais, Evo afirmou que aceita o pedido de auditoria e convidou alguns países – inclusive o Brasil – a participar do processo. "Escutamos as posições das chancelarias de Colômbia, Argentina, Brasil e Estados Unidos. Convido esses e outros países a participar da auditoria que propusemos", escreveu no Twitter.
"Que se revisem as urnas. Se for comprovada fraude no fim do processo, vamos ao segundo turno", admitiu Evo.
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De acordo com o TSE boliviano, o partido de Evo, o MAS-IPSP, venceu as eleições com 47,08% dos votos (2.888.359, ao todo), contra 36,51% (2.240.920 votos) do partido do opositor Carlos Mesa, o CC (Comunidad Ciudadana). Os votos em branco representaram 1,47% e, os nulos, 3,57%.
Pelas normas eleitorais bolivianas, um candidato vence a eleição no primeiro turno caso atinja a maioria absoluta ou caso consiga mais de 40% dos votos e, ao mesmo tempo, obtenha vantagem mínima de 10 pontos percentuais ao segundo colocado – foi o que ocorreu nesta eleição.
O Tribunal disse estar disposto a realizar auditorias nas apurações. "O Corpo Eleitoral Plurinacional expressa sua disposição de realizar auditorias ao longo do desenvolvimento deste processo, tanto pelos cidadãos, quanto pelas comissões técnicas de organizações internacionais e missões de apoio eleitoral", escreveu em comunicado.
O presidente boliviano Evo Morales fala durante uma entrevista coletiva no palácio presidencial La Casa Grande del Pueblo em La Paz, na Bolívia
David Mercado/Reuters
Brasil e OEA não reconhecem
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou, ainda durante os resultados preliminares, que não reconhecia, a reeleição de Evo Morales. Em um tuíte, o Itamaraty justificou que apoia uma auditoria completa do primeiro turno proposta pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Considerando-se as tratativas em curso entre a OEA e o governo da Bolívia para uma auditoria completa do primeiro turno das eleições naquele país, o Brasil não reconhecerá, neste momento, qualquer anúncio de resultado final", afirma o Itamaraty, em um tuíte.
Eleição polêmica
A eleição ocorreu no domingo (20). O processo teve uma polêmica, já que havia dois métodos de apuração: um deles, o preliminar, era mais rápido, enquanto o outro, voto a voto, transcorria mais lentamente.
Os resultados dessas duas formas de contar começaram a divergir já no domingo. Enquanto a preliminar indicava a reeleição do presidente Evo Morales, a voto a voto apontava a disputa de um segundo turno de Morales contra Carlos Mesa.
O candidato do Comunidad Ciudadana, Carlos Mesa, acena para apoiadores após falar sobre resultados da eleição presidencial na Bolívia, no domingo (20)
Reuters/David Mercado
Na Bolívia, um candidato pode ser declarado vencedor no primeiro turno se tiver 50% dos votos mais um, ou se tiver 40%, com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
A oposição se manifestou – houve acusações de fraude e protestos nas ruas. A Organização dos Estados Americanos publicou um documento em que qualificava a mudança de tendência inexplicável.
A divulgação da apuração preliminar foi suspensa e apenas a voto a voto continuou a ser divulgada.
Na segunda-feira, o ministro das Comunicações, Manuel Canelas, admitiu que o órgão eleitoral errou ao não deixar claro que havia duas contagens paralelas e explicou que a contagem preliminar tinha sido paralisada quando foi notado que havia uma confusão.
Na terça-feira, o vice-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Antonio Costas, pediu demissão e afirmou que não tinha participado da decisão de interromper o serviço de apuração preliminar.
Manifestantes tomam as ruas de La Paz para denunciar 'fraude eleitoral' nesta sexta-feira (25) após apuração indicar vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais da Bolívia
Kai Pfaffenbach/Reuters
Ainda com um impasse nos resultados, os protestos cresceram, e Mesa convocou seus apoiadores a manterem uma mobilização constante até que se declare o segundo turno oficialmente.
Ao mesmo tempo, Evo dizia que venceu no primeiro turno e, nesta quinta, mesmo antes do encerramento da apuração, repetia ter ganhado "graças ao voto rural". Na véspera, ele havia falado que a Bolívia "está em processo um golpe de estado", em aparente referência aos protestos e à greve indefinida anunciados no país. Ele também afirmou que o país estava em estado de emergência e "em mobilização pacífica, constitucional e permanente".

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