Desabamento de duas pontes na BR-319 afeta transporte em RR e AM e compromete abastecimento; entenda

Iniciado por noticias, 10, Outubro, 2022, 01:05

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Desabamento de duas pontes na BR-319 afeta transporte em RR e AM e compromete abastecimento; entenda


   Isolados por terra, Roraima e Amazonas dependem da rodovia federal para acessar outras regiões do país fora do eixo Norte. As pontes Autaz Mirim e sobre o Rio Curuçá desabaram na BR-319, no Amazonas
Associação de Amigos e Defensores da BR-319/Divulgação e Wiliam Duarte/Rede Amazônica
Com trechos da BR-319 interditados, após o desabamento de duas pontes - uma no dia 28 de setembro e outra no sábado (8), o transporte terrestre em Roraima e em parte do Amazonas está comprometido. A situação já prejudica o transporte de cargas, comprometendo o abastecimento de alimentos perecíveis, como carne e peixes, e de outros produtos. 
Isolados por terra, Roraima e Amazonas dependem da rodovia federal para acessar outras regiões do país fora do eixo Norte. Entenda como é feita essa ligação e o papel das demais rodovias federais que cortam o Amazonas.
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A BR-319 está interditada há 11 dias, desde que a ponte sobre o Rio Curuçá desabou, deixando quatro mortos, 14 feridos e, pelo menos, um desaparecido. Bombeiros do Amazonas chegaram a retirar dez veículos da água, incluindo um rolo compressor e uma carreta.
Menos de duas semanas depois, a ponte Autaz Mirim também desabou na BR-319. A estrutura desmoronou poucas horas após ser interditada. Segundo o Governo do Amazonas, não há feridos.
Imagens mostram rachaduras de ponte antes de desabar na BR-319, no Amazonas
 Conforme levantamento da Associação de Amigos e Defensores da BR-319, atualmente, o Amazonas conta com cinco rodovias federais:
BR-210
BR-174
BR-307
BR-230 (Transamazônica)
BR-317
Nessa lista, a BR-319 é considerada a principal ligação do Amazonas com o restante do país. É também por ela que Roraima se liga aos demais estados da federação. "Hoje, dois estados não estão ligados ao resto do país: Roraima e Amazonas", enfatizou o presidente da associação, André Marsílio ao g1.
BR-174 é a única rodovia que liga Roraima aos outros estados da federação
Caíque Rodrigues/g1 RR
Da BR-174 para a BR-319
A principal conexão terrestre Roraima-Amazonas ocorre por meio da BR-174, que se liga à BR-319 já no território amazonense. "A BR-174 e BR-319 são importantes vias de ligação para a nossa região, e a BR-319 para a região sul do Amazonas, que interliga a Região Metropolitana de Manaus, uma boa parte do Amazonas", explicou.
Da BR-319 para a BR-230
Ainda no Amazonas, a BR-319 é cortada por outra grande rodovia federal, a BR-230, também chamada de Transamazônica. "A BR-230, que atravessa a BR-319, é uma importante ligação que também nos tira do isolamento pelo Estado do Pará", disse.
Na intercessão das duas rodovias, o viajante pode seguir para Porto Velho, capital de Rondônia, via BR-319. De Rondônia, o usuário pode seguir para outros estados fora do eixo da Região Norte.
A partir do ponto de encontro BR-319/BR-230, também é possível se ligar aos demais estados via Estado do Pará, pela BR-230.
Da BR-230 para a BR-317
Uma terceira alternativa a partir deste ponto, opção é seguir pela BR-230 até o ponto de encontro com a BR-317, que liga o Amazonas ao Estado do Acre. Do Acre, Rondônia novamente faz a conexão com o restante do país.
BR-307 e BR-210
Pelo Acre, o Amazonas conta ainda com a BR-307.
Outra rodovia federal do Amazonas é BR-210, que conecta o estado a Roraima em outro ponto.
Infográfico mostra área onde fica ponte Autaz Mirim, que desabou no dia 8 de outubro de 2022 no Amazonas -
Arte g1
Problemas de transporte deixam produtos mais caros em RR e AM
Para o presidente da Associação de Amigos e Defensores da BR-319, as dificuldades de transporte de cargas entre Roraima e Amazonas encarecem os alimentos.
"Produtos perecíveis que poderiam chegar muito mais rápido nos supermercados, na mesa do trabalhador, e poderiam chegar muito mais baratos, porque o transporte de carga de produto perecível acaba deixando o produto final mais caro por causa do frete", disse André Marsílio.
Ele cita carne, verduras, frutas e peixes. "Quando esses produtos perecíveis vêm por balsa, eles custam um valor, e quando eles vêm pela rodovia, é um outro valor", afirmou.
De acordo com Marsílio, no verão, quando os rios da Amazônia secam - restringindo a navegação - grande parte dos alimentos são transportados pelas rodovias 174 e 319. "Não apenas produtos perecíveis. São transportados gás natural, minerais, como potássio e suvinita"', destacou.
O Dnit informou que possui um Plano Nacional de contagem de tráfego (PNCT). "Que realiza as contagens de tráfego permanente baseadas na instalação de equipamentos de contagem de tráfego em que o volume de veículos que passa em determinado ponto da rodovia será contabilizado e classificado. Além disso, são medidos parâmetros como Peso Bruto Total (PBT), Peso por Eixo, Distância entre eixos e Velocidade Instantânea do veículo". O órgão não especificou quais modelos de veículos de cargas transitam pela BR-319.
Em nota, o Governo do Amazonas informou que o Comitê de Resposta Rápida, montado no dia 28 de setembro quando houve o desabamento da primeira ponte na BR-319, segue acompanhando a situação nas pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim. "E já estuda medidas emergenciais para evitar o desabastecimento dos municípios afetados pela interdição da rodovia", diz o texto.
De acordo com o Estado, o comitê pediu a apresentação de Planos de Contingências, para os municípios atingidos, da Amazonas Energia e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O governo estadual afirma que a solicitação visa "garantir a prestação de serviços à população".
O Governo do Amazonas disse, ainda, que está à disposição do Dnit, "para apoiar o órgão federal em tudo o que for necessário para reestabelecer o tráfego no local o mais breve possível". O governo repetiu que o Dnit é o responsável pela BR-319.
Rios são alternativa, mas vazante restringe navegação
Impossibilitados de atravessar o Amazonas por via terrestre, caminhoneiros e outros motoristas buscam o transporte de balsas como alternativa. Mas a vazante (seca) dos rios está restringindo a navegação.
Reportagem da Rede Amazônica mostra que os desafios dos motoristas após a queda da primeira ponte. A matéria também destaca que os chamados bancos de areia são um risco, neste período do ano.
Abastecimento de municípios fica comprometido no interior do AM após queda de ponte
Neste domingo (9), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) emitiu uma autorização emergencial para viabilizar a operação de balsas nas travessias dos dois pontos da rodovia federal onde as pontes caíram. De acordo com um boletim emitido pelo Ministério da Infraestrutura, uma empresa, que não foi identificada, está apta a operar no transporte fluvial de passageiros e cargas no trecho do Rio Curuçá e se prontificou a mobilizar balsas. A previsão é de que, dentro de cinco dias, se iniciem as operações no trecho interditado sobre o rio, retomando a ligação da rodovia.
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