No Brasil, Macron pretende negociar investimentos bilaterais e deverá explicar posição sobre acordo Mercosul-UE

Iniciado por noticias, 29, Março, 2024, 01:48

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No Brasil, Macron pretende negociar investimentos bilaterais e deverá explicar posição sobre acordo Mercosul-UE

Presidente francês passará por 4 cidades em 3 dias a partir da semana que vem; comitiva terá cerca de 140 empresários. Visita também terá foco em agenda ambiental e nas guerras pelo mundo. O presidente francês Emmanuel Macron chega ao Brasil na próxima semana para uma visita de três dias. A previsão é de que Macron passe por quatro cidades: Belém (PA), Itaguaí (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF).
De acordo com fontes da diplomacia francesa, a agenda no país abordará temas como investimentos bilaterais e discussões sobre questões climáticas e ambientais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá acompanhar o presidente francês em agendas, além das reuniões bilaterais já esperadas.
Nos encontros fechados, os chefes de Estado conversarão sobre temas como o acordo Mercosul - União Europeia (UE), a guerra entre Rússia e Ucrânia, a defesa da democracia, estratégias de combate à desinformação e responsabilização das plataformas digitais.
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As dificuldades para concluir acordo entre o Mercosul e a União Europeia – negociado há mais de 20 anos, e travado por falta de consenso com países como a França – deverão ser uma das principais pautas no encontro entre os dois presidentes.
Interlocutores do governo francês ressaltam que Macron deverá explicar, pessoalmente, qual a posição da França – as razões e as motivações pelas quais não concorda com o texto atual. "Haverá explicações, mas nada de negociação", dizem esses interlocutores.
A proposta de acordo entre os dois blocos passou por uma série de revisões e exigências ao longo dos últimos anos.
Mas as tratativas do acordo comercial sofrem pressão por parte de agricultores insatisfeitos — principalmente na França —, sob o argumento de haveria uma "concorrência desleal" com a entrada mercadorias de países como o Brasil.
Em janeiro deste ano, o presidente da França, Emmanuel Macron, pediu à Comissão Europeia que desista do tratado com o Mercosul. Em dezembro do ano passado, ele já tinha se posicionado contra o acordo, ao chamá-lo de "antiquado" e "mal remendado".
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O governo francês acredita que o Brasil, assim como a França, tem a capacidade de dialogar com outros países importantes no cenário internacional.
Esse é um dos motivos pelo qual Macron também deverá conversar com Lula sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura dois anos, e os ataques na Faixa de Gaza.
A diplomacia francesa entende que o Brasil pode ser um intermediário importante no diálogo "entre países do Norte e do Sul".
E que o país pode, inclusive, chamar a atenção da Rússia para que Vladimir Putin cesse as agressões contra o território ucraniano.
Um representante do governo francês ressalta que Emmanuel Macron poderá, por exemplo, dar explicações sobre como foram adotadas regulamentações para responsabilizar plataformas digitais na Europa.
Em dois anos, serão três visitas ao Brasil
A visita de Macron na próxima semana encerra um hiato de oito anos – o último presidente francês a vir ao Brasil foi François Hollande, que participou da abertura da Olimpíada do Rio em 2016.
Desta vez, a viagem ao Brasil é estratégica e avaliada pelos integrantes da diplomacia francesa como um momento político importante de retomada das relações entre os dois países.
A estadia de três dias no Brasil é considerada longa e simboliza a vontade de estreitar os laços com o país.
Para o governo francês, as relações políticas foram freadas durante muitos anos, mas existe um interesse do país em apoiar a parceria estratégica com Brasil que também ajudará a desenvolver uma melhor relação com a América Latina.
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Essa será a primeira de três viagens de Emmanuel Macron ao Brasil em um período de dois anos.
O mandatário também irá ao Rio de Janeiro em novembro deste ano para a cúpula de chefes de estado do G20, grupo das maiores economias do mundo que está sob presidência rotativa do Brasil. Em 2025, deve retornar para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém.
A agenda de Macron no Brasil foi negociada pelo ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, durante o encontro de chanceleres do G20 no Rio de Janeiro.
O presidente da França chegará ao Brasil por Belém, futura sede da COP 30. O governo francês destaca que a França que ser "um parceiro de referência" na preparação do Brasil para a COP 30.
Em junho de 2023, Lula foi recebido por Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, em Paris. Na ocasião, os dois presidentes discutiram o acordo Mercosul-União Europeia, além de outros temas.
Interesse em investimentos
Além da comitiva presidencial, Macron virá acompanhado de um grupo de cerca de 140 empresários das mais diversas áreas.
O governo da França destaca que o Brasil é uma "terra de investimentos", com forte parceria econômica e importantes intercâmbios comerciais.
Em Belém, na terça (26), os dois presidentes terão agendas dedicadas a questão ambiental, discussão sobre aquecimento climático e proteção do meio ambiente.
Já em Itaguaí, no Rio de Janeiro, o presidente francês participará da inauguração do terceiro submarino construído em parceria entre Brasil e França, que será lançado ao mar na quarta-feira (27).
O encontro entre empresários franceses e brasileiros deverá acontecer em São Paulo. Macron deseja passar a mensagem que investimentos brasileiros são bem-vindos em seu país.
A visita de Macron terá como último destino a capital federal. Em Brasília, ele deverá ser recebido no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, e no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.

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