Israel e Venezuela, temas espinhosos entre Lula e Antony Blinken

Iniciado por noticias, 27, Fevereiro, 2024, 00:20

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Israel e Venezuela, temas espinhosos entre Lula e Antony Blinken


     Judeu e enteado de um sobrevivente do Holocausto, secretário de Estado encontra presidente brasileiro após comparação polêmica entre ações de Netanyahu e Hitler e silêncio sobre perseguições do regime Maduro Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em reunião com Lula no Palácio do Planalto
Ricardo Stuckert/PR
Temas espinhosos permeiam o encontro entre o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (21) em Brasília.
A equivalência entre Israel e o Holocausto, descrita em discurso pelo presidente brasileiro no fim de semana, o terceiro veto dos EUA a uma declaração de cessar-fogo na guerra em Gaza no Conselho de Segurança da ONU, as perseguições do regime Maduro a seus opositores na Venezuela e a morte suspeita do dissidente russo Alexei Navalny.
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Estes assuntos mais afastam do que unem os dois. Neto de um judeu húngaro que fugiu de pogroms na Rússia, Blinken tem uma história pessoal com o Holocausto e o antissemitismo. O padrasto Samuel Pisar sobreviveu a quatro anos de confinamento imposto pelo regime nazista em três campos de concentração e teve forte influência na formação do atual secretário de Estado. 
Falecido em 2015, Pisar relatou sua experiência nos campos de extermínio de Dachau, Auschwitz e Majdanek num livro de memórias, que, segundo Blinken, deveria ser leitura obrigatória e "um lembrete para todas as gerações do dever contínuo de nunca esquecer".
O encontro com Lula no meio de uma crise diplomática entre Brasil e Israel provocada pela comparação do presidente entre as ações de Netanyahu a de Hitler deverá ser, no mínimo, constrangedor para o secretário de Estado. Mas ele poderá atuar também como ponta do nó para desatar o impasse diplomático entre os governos brasileiro e israelense.
EUA e Brasil guardam diferenças em relação à condução da guerra em Gaza. O governo americano usou, nesta terça-feira (20), pela terceira vez o seu poder de veto no Conselho de Segurança para barrar um cessar-fogo em Gaza — posição diametralmente oposta à do Brasil — sob o argumento de que a resolução não vinculava a trégua à libertação dos reféns do Hamas.
Em relação à Venezuela, EUA e Brasil estiveram diretamente envolvidos nas negociações entre governo e opositores, que resultaram na assinatura do Acordo de Barbados, em outubro passado. O pacto previa instrumentos para garantir a realização das eleições este ano, mas rapidamente azedou em função das perseguições contínuas do regime aos opositores.
 A candidata María Corina Machado, principal adversária de Nicolás Maduro, está inelegível, proibida de concorrer às eleições deste ano. O governo prendeu dezenas de opositores, acusados pelo regime de estarem envolvidos em planos conspiratórios para assassinar o presidente-ditador.
Entre eles, está a advogada e defensora de direitos humanos Rocío San Miguel, diretora da ONG Foro Ciudadano — o que gerou protestos de mais de 100 entidades, além do governo americano, da UE e da ONU. O regime Maduro expulsou do país os funcionários do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU.
Blinken, que está no Brasil para a reunião de chanceleres do G20 deve pedir ao presidente brasileiro empenho do governo para assegurar eleições livres na Venezuela. Até agora, Lula, contudo, silenciou em relação às medidas arbitrárias de Maduro, assim como, ostentando cautela, disse preferir aguardar as investigações sobre as circunstâncias da morte do dissidente russo Alexei Navalny.
Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chega ao Brasil para encontrar Lula

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