A física por trás dos passos dos dançarinos de breaking que desafiam a gravidade

Iniciado por noticias, 13, Agosto, 2024, 07:39

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A física por trás dos passos dos dançarinos de breaking que desafiam a gravidade


     O break dance celebra o atletismo e a criatividade, com algumas demonstrações de física bastante impressionantes. O break dance celebra o atletismo e a criatividade, com algumas demonstrações de física bastante impressionantes
GETTY IMAGES via BBC
Os melhores dançarinos de break do mundo estarão girando de cabeça para baixo, congelando poses de arregalar os olhos e exibindo movimentos de pés extravagantes na estreia do breaking como um esporte olímpico em Paris 2024.
É assim que eles executam seus movimentos nos throw downs de 60 segundos.
Throw down é como é chamado o momento em que um b-boy ou uma b-girl entra na pista e começa a dançar o break.
Na pista, dois atletas se enfrentam em uma intensa batalha de dança.
O DJ começa a tocar músicas, e os atletas começam a girar, rodopiar e aparentemente desafiar a gravidade, observando-se respeitosamente e se revezando para mostrar suas habilidades.
Os atletas conversam por meio de seus movimentos, falando por meio de uma dança que celebra o atletismo e a criatividade.
Embora os atletas provavelmente não estejam pensando conscientemente sobre a física por trás de seus movimentos, essas danças complexas e hipnotizantes demonstram uma variedade de princípios científicos diferentes.
O breaking, também conhecido como break dance, teve origem no final dos anos 1970 no bairro do Bronx, em Nova York.
A história do breaking: das ruas para as Olimpíadas de Paris
Estreando como um esporte olímpico na Olimpíada de Verão de 2024, dançarinos de breaking mostrarão seus movimentos dinâmicos em um palco global.
Desde seu início, o breaking evoluiu para uma forma de arte competitiva.
Um MC narra os movimentos, enquanto um DJ mistura músicas para criar uma atmosfera dinâmica.
Os Jogos Olímpicos apresentarão dois eventos: um para homens, chamados de b-boys, e um para mulheres, chamadas de b-girls. Nesses eventos, os atletas se enfrentarão em batalhas de dança.
Os atletas ganham pontos por criatividade, personalidade, técnica, variedade, performatividade e musicalidade.
O sucesso neste esporte requer a combinação de movimentos de dança de três categorias básicas: top rock, down rock e freeze.
(Saiba mais sobre breaking neste artigo interativo da BBC News Brasil.)
É uma forma de dança extremamente exigente fisicamente, demandando explosões rápidas poderosas e atividade cardiovascular.
O atrito desempenha um papel importante nos movimentos abruptos do top rock
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Movimentos em pé
Os movimentos do top rock são realizados em pé, com foco em movimentos de pés e mãos sofisticados. Esses movimentos lembram a dança hip-hop.
Esses movimentos dependem de muito atrito – a força que resiste quando você desliza algo sobre uma superfície – entre os sapatos de um atleta e o chão.
Esse atrito permite que o atleta dê passos muito rápidos e pare abruptamente.
Os dançarinos devem entender intuitivamente a inércia, ou o fato de que seus corpos continuarão na direção em que estão se movendo, a menos que sejam afetados por uma força externa.
Para parar abruptamente, os atletas precisam envolver seus músculos, fazendo com que seus sapatos agarrem o chão para impedi-los de continuar para frente.
Movimentos no chão
Os movimentos do down rock são realizados no chão. Os atletas podem girar em círculos com a cabeça, costas, cotovelos ou ombros tocando o chão e com os pés no ar.
B-boys e b-girls dependem muito de um conhecimento interno de física para completar esses movimentos.
Considere a física de um backspin. Um backspin ocorre quando o atleta está de costas com os pés levantados no ar, girando em torno de uma área específica das costas.
Sentado no chão, o pé esquerdo do atleta permanece em contato com o chão enquanto ele abre bem a perna direita, ganhando momento linear enquanto ele joga a perna direita em direção ao pé esquerdo em um arco amplo.
Então, ele libera a perna esquerda do contato com o chão e rola de costas.
Agora que apenas as costas estão em contato com o chão, o momento linear da perna se transforma em momento angular, que gira o atleta em torno de um eixo que se estende para cima do ponto de contato das costas com o chão.
Esse movimento se torna mágico quando ele traz as pernas e os braços para dentro, em direção ao eixo de rotação. Esse princípio é chamado de "conservação do momento angular".
Quando um atleta aproxima sua massa do eixo de rotação, as rotações do atleta aceleram.
Estender as pernas e os braços mais uma vez e afastar sua massa do eixo de rotação fará com que o competidor diminua sua velocidade de rotação.
Depois que ele desacelera, ele pode fazer a transição para outro movimento.
Parando em uma pose
O freeze (congelamento, em inglês) ocorre quando os atletas param em uma pose estranha, geralmente ocorrendo no ritmo da música e em uma posição de cabeça para baixo.
Para congelar efetivamente, o atleta deve ter controle total sobre seu centro de massa, colocando-o logo acima do ponto de seu corpo que está em contato com o chão.
O centro de massa é a posição média de todas as partes de um atleta, ponderadas de acordo com suas massas.
O "ponto de equilíbrio" onde toda a massa do atleta está concentrada é o centro de massa.
Quanto mais baixo o centro de massa de um competidor estiver em relação ao chão, mais fácil será manter o congelamento
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Os atletas ficam mais estáveis quando seu centro de massa está o mais próximo possível do chão.
Você verá muitos competidores congelarem com os braços dobrados em um esforço para abaixar seu centro de massa.
Isso reduz a distância do chão e minimiza a tendência do corpo balançar para um lado ou outro devido ao torque.
O torque é uma força de torção, como a força usada para girar uma chave inglesa.
Ele depende de duas coisas: a quantidade de força que você aplica e a que distância do ponto pivotal você aplica a força.
Com o centro de massa de um atleta mais próximo do chão, o atleta diminui a distância entre o ponto pivotal — o chão — e onde a força da gravidade é aplicada — o centro de massa do atleta.
Os atletas precisam de muita força para interromper sua movimentação no meio de um movimento porque eles têm que aplicar uma força para resistir à inércia (mas isso também pode aumentar o risco de lesões nas articulações).
A roupa certa
Muitos esportes exigem um uniforme específico. O breaking não — um atleta pode usar o que quiser — mas a roupa certa pode maximizar sua chance de sucesso.
O acessório certo pode fazer a diferença quando se trata de fazer paradas de cabeça e giros
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O atleta quer uma camisa que minimize o atrito entre seu corpo e o chão durante um giro.
Letras ou imagens nas costas da camisa adicionarão atrito, o que dificulta a capacidade do atleta de executar alguns movimentos de down rock.
Um atleta pode escolher usar mangas compridas se planeja deslizar sobre os cotovelos, pois a pele nua em contato com o chão também fornece mais atrito.
Os atletas também precisam pensar sobre o acessório que usam na cabeça.
Embora existam muitos estilos diferentes de chapéus feitos especificamente para breaking, o atleta pode escolher o que melhor se adapta ao seu estilo de dança.
Eles precisam ter certeza de que seu chapéu forneça algum acolchoamento para sua cabeça, minimizando o atrito entre a cabeça e o chão.
As costas, cotovelo e cabeça são eixos de rotação durante o down rock, então o atleta quer uma vestimenta que minimize o atrito em todos esses lugares.
Mas eles também precisam ter certeza de que seus sapatos tenham aderência para maximizar o atrito enquanto fazem o trabalho de pés no top rock.
Os atletas também querem ter certeza de que suas mãos não estão suadas ou escorregadias para que possam usar o atrito delas para controlar a velocidade com que estão girando durante os giros do down rock.
No mundo do breaking – onde os dançarinos parecem desafiar a gravidade – força e arte trabalham lado a lado com a física para criar os movimentos que cativarão o público durante as Olimpíadas de 2024.
*Amy Pope é professora titular de física e astronomia na Clemson University, na Carolina do Sul, Estados Unidos.
Este artigo é uma adaptação de um artigo originalmente publicado no site The Conversation e republicado sob uma licença Creative Commons.
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