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Junta de Mianmar lamenta mortes, mas culpa manifestantes por violência

De acordo com os dados dos militares, 164 pessoas morreram em decorrência da ação das forças de segurança para proibir as manifestações pela volta da democracia. A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que ao menos 261 pessoas foram mortas pela repressão  Médicos voluntários carregam homem ferido durante protesto em Mianmar em 21 de março de 2021
Reuters
Os militares de Mianmar acusaram manifestantes contrários à junta de incêndio criminoso e violência, enquanto países ocidentais impuseram mais sanções a indivíduos e grupos ligados ao golpe do mês passado e à repressão contínua à dissidência.
O porta-voz da junta, Zaw Min Tun, disse  nesta terça-feira (23) que 164 manifestantes morreram em episódios de violência e expressou tristeza com as mortes.
VÍDEO: Novos protestos em Mianmar após mais uma morte de manifestante
"Eles também são nossos cidadãos", disse ele em uma coletiva de imprensa na capital Naypyitaw, acrescentando que os militares usarão a menor força possível para conter a violência.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que ao menos 261 pessoas foram mortas pela repressão brutal das forças de segurança, que espalhou o caos pela nação do sudeste asiático.
Três pessoas, incluindo um adolescente, perderam a vida em tumultos na segunda-feira em Mandalay, a segunda maior cidade do país, disseram testemunhas e reportagens.
A junta tenta justificar o golpe dizendo que a eleição de 8 de novembro vencida pela Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi foi fraudulenta --uma acusação que a comissão eleitoral rejeitou. Líderes militares prometem uma nova eleição, mas ainda não marcaram uma data e declararam um estado de emergência.
Zaw Min Tun culpou os manifestantes de incêndio criminoso e violência e disse que nove membros das forças de segurança foram mortos.
"Será que podemos chamá-los de manifestantes pacíficos?", indagou ao mostrar um vídeo de fábricas em chamas. "Qual país ou organização veria esta violência como pacífica?"
Na segunda-feira, a União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções a pessoas ligadas ao golpe e à repressão dos manifestantes.
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