Turquia compartilha gravações de assassinato de Khashoggi com outros países

Iniciado por noticias, 12, Novembro, 2018, 15:01

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Turquia compartilha gravações de assassinato de Khashoggi com outros países


   Jornalista saudita foi morto no dia 2 de outubro dentro do consulado de seu país em Istambul, na Turquia. 'Assassinato de jornalista foi planejado com antecedência', diz presidente turco
Reprodução/JN
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado (10) que seu país compartilhou as gravações do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi com Arábia Saudita, Estados Unidos,Reino Unido, França e Alemanha.
"Demos os registros. Eles estão escutados as conversas. Eles sabem, com certeza, quem é ou quem são os assassinos", disse Erdogan, antes de embarcar para Paris, mas sem dar mais detalhes.
Khashoggi, forte crítico do governo de Riad que morava nos EUA, foi morto no dia 2 de outubro dentro do consulado de seu país em Istambul, na Turquia.
Segundo informações divulgadas anteriormente pela imprensa turca e americana, as autoridades da Turquia recuperaram uma gravação de áudio que mostraria como Khashoggi foi interrogado, agredido e morto no consulado.
Segurança sai do consulado da Arábia Saudita em Istambul
Petros Giannakouris/ AP Photo
O arquivo de áudio teria sido gravado pelo Apple Watch de Khashoggi e recuperado pelo seu iPhone, que tinha ficado com a sua namorada fora do consulado, e pela sua conta no iCloud.
O presidente lembrou que as investigações feitas em seu país demonstram a chegada de uma equipe de 15 agentes sauditas a Istambul no mesmo dia do assassinato de Khashoggi.
"Não temos documentos, não há achados. Mas há informações. Estas 15 pessoas, com toda certeza, sabem tanto quem é o assassino, como para onde o corpo foi levado", afirmou o presidente.
  "O assassino está entre esses 15. Não se deve buscar em outro lugar", concluiu Erdogan.
Guerra de versões
A Turquia acredita que o jornalista foi vítima de um assassinato cuidadosamente premeditado, cometido por uma equipe de agentes enviados por Riad. Erdogan pede esclarecimentos sobre as cricunstâncias da morte do jornalista e o paradeiro do seu corpo.
Depois de negar os fatos e sustentar que o jornalista saiu do consulado, as autoridades sauditas reconheceram que Jamal Khashoggi foi morto durante uma operação "não autorizada". Também disseram que o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, considerado o homem forte do reino, "não havia sido informado" a respeito.
Em uma coluna publicada em 2 de novembro pelo "The Washington Post", o presidente Erdogan acusou os "mais altos níveis" do governo de Riad de ordenar a execução, embora não tenha citado o rei Salman.
Dezoito sauditas suspeitos foram presos em decorrência do caso e duas autoridades - o chefe de inteligência saudita, Ahmed Al Asiri, e o conselheiro real, Saud Al Qahtani - foram retiradas de seus cargos.

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