Evo Morales rejeita fraude nas eleições e fala em pacificar a Bolívia

Iniciado por noticias, 18, Novembro, 2019, 09:03

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Evo Morales rejeita fraude nas eleições e fala em pacificar a Bolívia

Asilado no México, ex-presidente boliviano concedeu entrevista a jornal mexicano. Evo Morales diz que está disposto a voltar à Bolívia
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales rejeitou as denúncias de fraude eleitoral e afirmou que sua renúncia ao cargo no último dia 10 não foi por covardia, mas para evitar derramamento de sangue no país, em entrevista ao jornal mexicano El Universal, reproduzida pelo jornal O Globo.
O ex-presidente, exilado no México desde terça-feira (12), voltou a declarar que está pronto para voltar à Bolívia com objetivo de pacificar o país e organizar novas eleições, nas quais está disposto a não ser candidato – isso se a Assembleia do país não aceitar a renúncia que apresentou no domingo passado.
Na quarta-feira (13), ele disse que voltaria para "pacificar" seu país se os bolivianos pedissem, em sua primeira coletiva de imprensa do exílio.
Evo Morales afirmou que não se arrepende de ter tentado o quarto mandato e que esperava governar por 20 anos, até 2025 - data do bicentenário da fundação do país -, quando completaria o ciclo de transformação política e econômica.
O ex-presidente boliviano culpa o governo dos Estados Unidos por estar por trás do "golpe" que o tirou da Presidência e diz que todas as mortes que acontecerem na Bolívia pela crise gerada por sua saída do poder são responsabilidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acusa de ter contribuído para o "golpe de Estado".
A OEA e o governo da Bolívia anunciaram que a entidade faria uma auditoria do processo eleitoral inteiro. Em 10 de novembro, a OEA divulgou resultado preliminar apontando fraude e a necessidade de novas eleições.
Morales considera que não foram as manifestações sociais ou as denúncias de irregularidades eleitorais que levaram à sua saída da Presidência, e sim um conluio para orquestrar um "golpe de Estado" fincado no racismo.
Entenda a crise política na Bolívia
Veja abaixo os principais trechos da entrevista:
Volta e pacificação
"Minha renúncia está na Assembleia. Se a Assembleia rejeitar a minha renúncia, que bom, nesse momento me sinto capaz de voltar para pacificar a Bolívia. A pacificação não vai chegar com bala, com arma, como está sendo feito. A pacificação chegará à Bolívia com diálogo, com participação das Nações Unidas, da Igreja Católica, dos países voluntários como mediadores."
"Termino meu mandato, garantimos as eleições com um novo processo eleitoral. Mas para isso, primeiro, é preciso pacificar a Bolívia."
"A bancada (do Movimento ao Socialismo, partido de Evo) está unida. Se rejeitam minha renúncia, tenho que voltar para estar com o povo, para lutar contra a ditadura, contra o golpe de Estado."
Fraude
"Eu não pediria que cometessem fraude, não faria isso jamais, venho das famílias mais humildes, das famílias indígenas; meus pais me ensinaram valores, me ensinaram a nunca mentir, não minto; roubar, jamais. Quero que saibam que, quando era criança, meu pai me disse: 'Nunca se rouba'. Se algum dia não tiver dinheiro, melhor dizer 'me empreste'; se souber que nunca vai poder devolver o emprestado é melhor dizer 'me ajude' do que roubar."
Quarto mandato
"Depois de 13 anos, quase 14 anos, ganhamos no primeiro turno, e a direita nos rouba o triunfo. Na primeira candidatura à Presidência, em 2002 (quando Gonzalo Sánchez de Lozada foi declarado vencedor), eu não perdi, me roubaram. Nesta última também não perdi, me roubaram, ganhamos no primeiro turno. Em 2002, me expulsaram do Congresso; agora com este conflito, me expulsaram da Bolívia. Quando me expulsaram do Congresso, tinha apenas quatro deputados; voltei com 27. Agora que me expulsaram da Bolívia por razões políticas, voltaremos com milhões e milhões: estou convencido porque o povo está mobilizado contra o golpe de Estado. Não me arrependo, não, porque ganhamos as eleições no primeiro turno: não como antes, com mais de 50%, 60%, mas também quero dizer que agora alguns que votaram na direita ou em outros estão arrependidos. Como permaneci por tanto tempo me acusam de ditadura... mas agora o povo está vendo uma ditadura. No domingo que renunciei para que não agredissem meus irmãos, minhas irmãs... Queimaram um dia antes a casa de minha irmã. No que dia em que estava renunciando saquearam minha casa: esse é o racismo, eles semearam racismo. É mal visto ser indígena".
Golpe de Estado
"Acabam de me informar pessoas próximas no país que a (presidente interina autoproclamada Jeanine Áñez) golpista está governando com tanques e helicópteros, dando tiros, por lá. Até domingo não havia nenhum morto e, até ontem, 10 mortos, isso é ditadura. Eles os fazem gritar "Evo cabrón". Eles os fazem odiar os povos camponeses, indígenas, nativos, os mais humildes, com ódio, racismo; usam a Bíblia contra a família. Para mim, a Bíblia é algo sagrado que nos dá valores; oram para fazer ódio, rezam para discriminar, usam Cristo para marginalizar, para humilhar o povo. Eu sou católico e em nossa Constituição não há uma igreja em primeiro ou segundo lugar, somos um Estado laico; antes, era apenas reconhecida a religião católica; agora, não. Usam a Bíblia contra os mais humildades. Aqui se repete a história dos tempos da colônia, quando alguns bispos chegavam, pegavam a Bíblia e atiravam".
Crescimento econômico
"Com mais cinco anos [de governo] estaria consolidado o crescimento econômico, a integração da Bolívia e a universalização dos distintos programas sociais. Essa é a ideia da Bolívia com desenvolvimento, com igualdade social, com integração, com um tema de industrialização".
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