Marcha de supremacistas brancos em Washington reúne apenas dezenas

Iniciado por noticias, 14, Agosto, 2018, 09:02

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Marcha de supremacistas brancos em Washington reúne apenas dezenas


   Organizadores do 'Unir a Direita' esperavam 400 pessoas, mas agência diz que havia cerca de 30; mesmo escoltados pela polícia, eles desistiram e não chegaram até a Casa Branca. Número de contra-manifestantes chegou a centenas; evento do ano passado terminou em violência e morte em Charlottesville.  Contra-manifestante exibe cartaz com a mensagem 'O nome dela é Heather Heyer', lembrando jovem morta na manifestação 'Unir a Direita' de 2017, durante o evento deste ano em Washington, no domingo (12)
Reuters/Jim Urquhart
Um número muito menor do que o previsto compareceu neste domingo (12) à manifestação "Unir a Direita", em Washington DC, nos Estados Unidos.
Organizado por grupos de supremacistas brancos, que tinham a intenção de reunir pelo menos 400 pessoas, de acordo com o pedido de autorização que enviaram às autoridades locais, eles tinham conseguido atrair apenas cerca de 30 pessoas, segundo a France Presse, por volta das 17h30, horário marcado para o início da marcha, com destino à Casa Branca.
A duração também foi bem mais curta. Inicialmente eles propuseram caminhar por duas horas, mas uma hora depois afirmavam no Twitter que já tinham deixado o local, sem chegar à residência presidencial.
Os supremacistas foram levados, por volta das 18h00 locais, em veículos policiais a uma estação de metrô para seu regresso. No fim do dia, só restava um pequeno grupo de seis supremacistas, alvo dos gritos dos antirracistas. Os dois grupos foram separados por vários policiais.
Contra-manifestantes são observados pela polícia durante o evento 'Unir a Direita', em Washington, no domingo (12)
Reuters/Jim Urquhart
O número foi amplamente superado pelos contra-manifestantes, que se reuniram para repudiar o movimento. Desde a madrugada, centenas de pessoas começaram a chegar à Freedom Plaza, perto da Casa Branca, e à Lafayette Square, local de concentração da "Unir a Direita".
Os participantes da manifestação, protegidos pela polícia, tiveram dificuldades inclusive para chegar ao local de concentração, sendo alvo de xingamentos e empurrões e, em alguns casos, tendo objetos como garrafas de água e outros objetos arremessados em sua direção.
Supremacistas brancos, liderados por Jason Kessler e escoltados pela polícia, marcham em Washington no evento 'Unir a Direita', no domingo (12)
Reuters/Jim Urquhart
Charlottesville
Esta é a segunda edição do "Unir a Direita", que há exatamente um ano gerou violentos conflitos em Charlottesville, na Virginia.
Na ocasião, um jovem simpatizante de movimentos nacionalistas, James Alex Fields Jr., jogou seu carro contra um grupo que protestava contra o evento, matando a assistente jurídica Heather Heyer e deixando pelo menos 19 outras pessoas feridas.
Promotor da manifestação do ano passado, Jason Kessler havia pedido autorização para marchar de novo em Charlottesville, mas as autoridades da cidade a negaram.
Jason Kessler discursa durante o evento 'Unir a Direita', em Washington, no domingo (12)
Reuters/Jim Urquhart
Armas proibidas
A polícia municipal de Washington proibiu o porte de armas de fogo nas ruas próximas à Casa Branca. Segundo constatou a Agência Efe, a polícia instalou em placas e semáforos próximos à Casa Branca cartazes brancos nos quais se adverte que "todas as armas de fogo" estão proibidas a uma distância de 30 metros de cada letreiro.
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O porte de armas é protegido nos EUA pela Segunda Emenda da Constituição, mas as autoridades dos 50 estados e do Distrito de Columbia podem definir restrições.
Na capital americana é proibido portar pistolas em lugares públicos, como estádios, hospitais ou no transporte público, assim como nos arredores da Casa Branca e na esplanada verde do National Mall, onde se encontra a maior parte dos monumentos e museus.
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Resistência
Ainda segundo a Efe, famílias com crianças, pessoas comprometidas contra os discursos de ódio, ativistas negros, antifascistas e socialistas podiam ser vistos na Freedom Plaza, que fica a 700 metros da Casa Branca. Muitos diziam estar ali para ganhar em número e combater o discurso de ódio dos neonazistas.
Entre eles estava Amanda Trebach, integrante da organização Internacional Socialista e enfermeira. Segundo ela, os neonazistas precisam ser confrontados em número nas ruas para que vejam que não têm uma mensagem majoritária.
"Acho que o presidente (Donald Trump) está reforçando a mensagem dos nazistas porque apoia muitas das suas ideias, porque não condenou os grupos que chegam hoje à cidade. Ele os empoderou", enfatizou a ativista, ao explicar que as ações físicas contra xenófobos não são a melhor solução.
"Alguns dizem que a melhor estratégia é ignorar os supremacistas brancos, que não devemos lhes dar muita atenção", disse à France Presse Kei Pritsker, de 22 anos, integrante da Answer Coalition, um grupo antirracismo.
"Mas nós realmente acreditamos que seria um erro enorme deixar que os fascistas pisem forte no solo da capital do país, sem oposição"
Em uma mensagem em seu site, a Unite the Right disse a seus partidários que "certamente haverá provocadores que tentarão conseguir uma reação de sua parte". "Não respondam com ira", aconselharam os organizadores.
Cartaz com a mensagem 'Boa noite, alt-right' é vista em lixeira perto da Casa Branca, durante o evento 'Unir a Direita', em Washington, no domingo (12)
Reuters/Jim Bourg
Trump condena
No sábado, data do primeiro aniversário dos confrontos em Charlottesville e da morte de Heyer, o presidente Donald Trump condenou "todos os tipos de racismo e atos de violência" em uma mensagem no Twitter.
"Os distúrbios em Charlottesville de um ano atrás causaram mortes insensatas e divisão. Devemos estar unidos como nação. Condeno todo tipo de racismo e atos de violência. Paz para todos os americanos", dizia a mensagem do presidente.
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Em 2017, Trump foi muito criticado porque reagiu dizendo que havia "culpa dos dois lados".

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