Na costa espanhola, estrangeiros experimentam a "nova normalidade" turística

Iniciado por noticias, 23, Junho, 2020, 03:02

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Na costa espanhola, estrangeiros experimentam a "nova normalidade" turística


   Com o fim do estado de alerta decretado em março, as fronteiras da Espanha foram reabertas neste domingo (21).  Mulher aproveita a praia em Rosas, na Espanha, povoado que faz fronteira com a França.
Josep Lago / AFP
No terraço do seu bar de tapas, em frente ao mar, Pilar Romanach nunca tinha servido sangrias com tanta empolgação: "isso é sinal de que os turistas estrangeiros voltaram" à Espanha, com a reabertura das fronteiras neste domingo (21).
Sobre a areia dourada de Rosas, um povoado costeiro catalão a 30 quilômetros da fronteira com a França, os primeiros banhistas se acomodavam para estrear o verão.
A praia é tão grande e espaçosa que não será imposto controle para acessá-la, com dezenas de metros entre toalha e toalha.
Sentados no terraço do antigo bar "Ribereta", os primeiros estrangeiros degustam o que o governo chama de "a nova normalidade" da Espanha, o segundo destino turístico mundial depois da França.
Pessoas aproveitam a praia no povoado de Rosas, na Espanha, que faz fronteira com a França.
Josep Lago / AFP
No exterior não é obrigatório usar máscara, caso a distância de 1,5 metros entre pessoas seja mantida. No interior devem usá-la.
O estado de alarme decretado em meados de março acaba de ser suspenso em um dos países mais atingidos pela pandemia, com mais de 28.300 mortos.
Depois de um estrito confinamento de 14 semanas, o país começa a respirar, ainda que com máscaras: os espanhóis podem movimentar-se pelo território e os turistas europeus podem vir de férias.
A partir da meia noite, a Espanha reabriu a fronteira com a França, e os portos e aeroportos permitem a entrada de cidadãos europeus sem obrigá-los a obedecer uma quarentena. Até mesmo os britânicos, o maior contingente de turistas estrangeiros, são bem-vindos, ainda que o Reino Unido mantenha a imposição de quarentena a estrangeiros.
"Aqui vivemos do turismo francês. Para alguns, a pandemia não permitiu que conseguissem manter seus negócios e muitos dizem que não reabrirão neste verão", conta Pilar Romanach.
Com luvas azuis e máscara preta, Pilar pede aos seus clientes "muita precaução, porque isso ainda não terminou".
Na enseada de Canyelles, a secretária francesa aposentada, Marie-Hélène Laffont, moradora de Rosas, diz que "nunca viu tantos peixinhos nas rochas". Ela define seu período de confinamento, foi um período "positivo e ensolarado".
O estado de alarme surgiu enquanto ela estava na Grécia, acompanhada do marido espanhol. Ela só foi repatriada um mês e meio depois, em um comboio especial com outros turistas em uma caravana, passando o restante da quarentena já em Rosas.
"Dos 36 apartamentos do nosso prédio, apenas cinco ou seis estavam ocupados. A maioria dos franceses virá no próximo final de semana", explica Laffont.
Neste primeiro domingo sem estado de alarme, os espanhóis consideram um momento para se rever a família ou ir a lugares como esse, cenários de férias que tinham abandonado.
Fim do estado de alerta
O estado de alerta foi decretado inicialmente por 15 dias, em 14 de março, mas foi prorrogado por seis vezes. Mais de 245 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, o Sars-Cov-2, e mais de 28 mil morreram no país, de acordo com balanço da universidade americana Johns Hopkings.
O fim do estado de alerta encerra as restrições de mobilidade, mas não significa o fim das medidas de distanciamento social e de reforço na higiene. O uso de máscaras será obrigatório quando não se puder respeitar a distância de 1,5 metro sob pena de multa de até 100 euros (R$ 590).
As fronteiras com os vizinhos europeus serão reabertas, com exceção de Portugal, que só terá permissão para circular no país a partir de 1º de julho. A partir do próximo mês, a Espanha também reabrirá suas fronteiras com países fora da União Europeia.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, fez um pronunciamento neste sábado em que afirmou que o pior da pandemia já passou, mas alerta para o risco de uma nova onda de contágios.
"O vírus pode voltar, e pode nos atingir de novo em uma segunda onda. Continuamos sendo vulneráveis. Teremos que manter a guarda alta (...) e continuar a seguir as regras de higiene e de proteção. Cada um de nós pode ser um muro frente ao vírus, ou uma via de contágio, depende de nós", declarou o premiê.

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