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   Enquanto proliferam imagens da destruição na Ucrânia, está cada vez mais difícil obter informações confiáveis sobre o que acontece no país invasor. O Kremlin acelerou o processo de silenciamento da imprensa independente, transformou veículos oficiais em máquinas de propaganda e obteve do Congresso uma nova lei de censura. Quem protesta enfrenta a mão pesada das forças de segurança. Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio.
Enquanto proliferam imagens da destruição na Ucrânia, está cada vez mais difícil obter informações confiáveis sobre o que acontece no país invasor. Em paralelo à ofensiva militar, o Kremlin acelerou o processo de silenciamento da imprensa independente, transformou os veículos oficiais em máquinas de propaganda e obteve do Congresso uma nova lei de censura, que permite encarcerar alguém simplesmente por chamar a guerra pelo verdadeiro nome, e não de "operação especial". Quem protesta enfrenta a mão pesada das forças de segurança, que têm prendido até idosos e crianças em manifestações. "Regimes autoritários se sustentam em três pilares", lembra Vicente Ferraro, mestre em ciência política pela Escola Superior de Economia de Moscou: ideologia (desumanização do adversário e união contra suposta ameaça externa, por exemplo), repressão e sensação de bem-estar material por parte da população. O professor da USP explica que os dois primeiros elementos estão presentes na conjuntura russa — e podem trazer ganhos de popularidade a Vladimir Putin, como já ocorreu na esteira de outras aventuras bélicas sob seu comando. Mas a prosperidade do início dos anos 2000, época do conflito na Chechênia, não existe agora. A Rússia é o país mais sancionado do mundo, e a população já começa a pagar por isso. Na avaliação de Vicente, é cedo para saber se a Rússia migrará da autocracia para o totalitarismo puro e simples. "Há um um esforço do governo para obter controle total da sociedade, mas ele ainda não tem capacidade de exercê-lo plenamente".
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Arthur Stabile,  Tiago Aguiar, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Gustavo Honório e Eto Osclighter. Apresentação: Renata Lo Prete.

Comunicação/Globo