Mesmo antes de existir, vacina para Covid-19 gera disputas entre países e empresas

Iniciado por noticias, 15, Maio, 2020, 21:00

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Mesmo antes de existir, vacina para Covid-19 gera disputas entre países e empresas


   China e Estados Unidos se acusam de espionagem, França critica empresa farmacêutica que afirmou que vai priorizar distribuição nos EUA, e na Alemanha, grupos antivacina já se mobilizam contra a prevenção. Estudiosos tentam desenvolver vacina contra coronavírus.
CDC/Unsplash
Antes mesmo de existir, a vacina para a Covid-19 tem gerado desentendimentos entre países e empresas e também grupos contrários à obrigatoriedade de vacinas no mundo.
Há estudos para o desenvolvimento de vacinas nos Estados Unidos e na China, e esses dois países têm se acusado de um tentar espionar a pesquisas.
A França e a União Europeia protestaram contra uma farmacêutica que afirmou que daria prioridade aos EUA na eventual distribuição de vacinas.
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Na Alemanha, já há grupos antivacina que protestam contra uma hipotética obrigatoriedade de uma vacina que não existe.
Veja abaixo os principais conflitos.
Europa versus Sanofi
O grupo farmacêutico Sanofi anunciou que daria prioridade aos Estados Unidos. O diretor-geral da companhia farmacêutica francesa, Paul Hudson, declarou na quarta-feira (13) que, se encontrassem a vacina, a entregariam "primeiro" aos Estados Unidos, já que esse país "compartilha o risco" na busca de tratamento no âmbito de uma colaboração.
Nesta quinta, o diretor da Sanofi na França, Olivier Bogillot, disse que o grupo não dará prioridade aos Estados Unidos na distribuição da vacina, se a União Europeia (UE) for igualmente "eficaz" para financiar seu desenvolvimento.
"Para nós, seria inaceitável um acesso privilegiado a este, ou àquele país sob o pretexto monetário", considerou a secretária francesa de Estado para a Economia, Agnès Pannier-Runacher.
A Comissão Europeia reiterou o compromisso do bloco com uma vacina, lembrando que, no início deste mês, organizou uma conferência de doadores que levantou cerca de US$ 8 bilhões, mas da qual o governo dos Estados Unidos se recusou a participar.
"Para nós, em uma palavra, é muito importante trabalharmos nisso globalmente, já que o vírus é um vírus global", acrescentou De Keersmaecker.
Estados Unidos versus China
A China acusou os Estados Unidos de calúnia, nesta quinta-feira (14), depois que Washington acusou Pequim de espionar suas pesquisas sobre uma vacina secreta contra a Covid-19.
A Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) acusou na quarta-feira (13) hackers, pesquisadores e estudantes próximos ao governo chinês de roubar informações de institutos universitários e laboratórios públicos em benefício de Pequim.
"As tentativas da China de atacar esses setores representam uma grave ameaça para a resposta de nosso país à Covid-19", afirmou o FBI em um comunicado oficial junto à Agência Nacional de Segurança Cibernética.
Nesta quinta-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijan, respondeu que "a China expressa seu desgosto e sua firme oposição a tais calúnias".
"A julgar pelo seu histórico, os Estados Unidos realizaram as maiores operações de roubo da internet numa escala mundial", acrescentou Zhao em coletiva de imprensa.
Desde o início da epidemia de Covid-19, várias empresas farmacêuticas chinesas passaram a desenvolver uma vacina. Pelo menos três delas já iniciaram testes clínicos em humanos.
"A China está na vanguarda da investigação sobre vacinas e tratamentos para a Covid-19. Portanto, possui mais motivos do que qualquer um para suspeitar do roubo de informações na internet", enfatizou Zhao.
Há semanas, o presidente americano Donald Trump acusa as autoridades chinesas de terem ocultado a amplitude da epidemia, surgida no final de 2019 na cidade de Wuhan (centro da China) e, por isso, facilitado sua propagação.
Pequim nega a acusação e afirma que transmitiu o mais rápido possível todas as informações à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a outros países, entre eles os Estados Unidos.
Alemanha versus movimento antivancina
A Alemanha vive há semanas protestos contra as medidas restritivas de combate à epidemia. Entre os manifestantes, está o movimento antivacinação, que já se antecipa a uma eventual campanha nacional de imunização.
De acordo com a Deutsche Welle, há um movimento de resistência civil com o lema: "Pelos nossos direitos básicos, contra as máscaras e vacinas obrigatórias, contra a encenação coronavírus e a Fundação Gates".
Nas últimas semanas, porém, houve vários ataques contra jornalistas em protestos do tipo na Alemanha, além do fato de a regra de distanciamento social ter sido ignorada ou de as manifestações terem acontecido sem aval das autoridades.
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