Países dos Bálcãs começam a enfrentar segunda onda da Covid-19

Iniciado por noticias, 01, Julho, 2020, 09:01

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Países dos Bálcãs começam a enfrentar segunda onda da Covid-19


   A União Europeia manterá fechadas as fronteiras aos cidadãos da Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo e Macedônia do Norte, mas pode abri-las, a partir de 1° de julho, a viajantes de Montenegro e Sérvia. Condutores de trens da Bósnia retiram seus kits de proteção (máscaras, luvas e gel hidroalcoólico) antes de recomeçar o trabalho, após dois meses de confinamento em Sarajevo, em 15 de maio
Elvis Barukcic/AFP
A União Europeia manterá fechadas as fronteiras aos cidadãos da Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo e Macedônia do Norte, mas pode abri-las, a partir de 1° de julho, a viajantes de Montenegro e Sérvia. No entanto, a situação sanitária piora nos países dos Bálcãs, que voltam a registrar casos de coronavírus.
No final de maio, Montenegro se autoproclamava o primeiro país a ter vencido o coronavírus, esperando se reabrir ao turismo. No entanto, um mês depois, a situação piorou consideravelmente. Esse pequeno país do leste da Europa de 600 mil habitantes registra, a cada dia, várias dezenas de novos casos de Covid-19.
Em 15 de junho, quando ainda não tinham o direito de ultrapassar a fronteira com a Sérvia, centenas de cidadãos de Montenegro viajaram para a Bósnia-Herzegovina para chegar a Belgrado e assistir à partida de futebol entre o Partizan e o Estrela Vermelha, disputada perante15 mil torcedores na capital sérvia.
Alguns dias depois, 19 pessoas foram testadas positivas e, desde então, o vírus se propaga rapidamente.
Outro foco importante nos Bálcãs é a cidade de Rožaje, no norte de Montenegro, onde os moradores não pararam de frequentar a cidade vizinha de Tutin, apesar do fechamento das fronteiras. Por sinal, Tutin está na mesma região que Novi Pazar, novo epicentro da epidemia na Sérvia. 
No dia 22 de junho as autoridades anunciaram que 60 profissionais da saúde do hospital de Tutin estavam contaminados. Vários pacientes também foram transferidos a Belgrado em um estado grave. No último sábado (27), o exército de Montenegro levantou às pressas um hospital de campanha no local. 
Falta de disciplina dos sérvios
No sudeste da Sérvia, a situação é considerada grave. Na cidade de Kragujevac, o prefeito Radomir Nikolić proclamou estado de emergência, afirmando que boa parte dos cidadãos não respeita as medidas contra a Covid-19. A maioria dos casos no local diz respeito a jovens de 18 a 35 anos. 
Belgrado também foi particularmente atingida pela segunda onda, especialmente residências estudantis de bairros modernos como os de Novi Beograd. Na capital sérvia muitos moradores também se recusam a se proteger, frequentando em massa cafés, restaurantes e jogos de futebol sem máscara.
O exemplo vem dos próprios políticos do país. Ao festejar sua vitória nas eleições de 21 de junho, membros e apoiadores do Partido Progressista Sérvio (SNS), do presidente Aleksandar Vučić, não respeitaram o distanciamento físico. O líder pronunciou seu discurso em meio a uma multidão onde nenhuma máscara pode ser observada.
Desde então, três altos responsáveis da legenda testaram positivo ao coronavírus: a presidente do Parlamento Maja Gojković, o ministro da Defesa, Aleksandar Vulin, e o secretário de Estado encarregado do Kosovo Marko Đurić. 
Segundo o site oficial do governo, a quantidade de novas contaminações era inferior a cem até o dia das eleições. Desde então, não para de aumentar, chegando a 254 novas infecções no último sábado.
Suspeita sobre camuflagem de casos
Apesar do aumento considerável nos últimos dias, há forte suspeita sobre a veracidade dos dados relativos às vítimas da Covid-19 na Sérvia. Entre 19 de março e 1° de junho, 632 pessoas que testaram positivo ao coronavírus morreram no país, cerca de três vezes mais que os 244 óbitos anunciados pelas autoridades.
As informações foram reveladas pelo site de investigação BIRN, que comparou os números anunciados por diferentes hospitais aos disponíveis no site do governo covid19. Contatado, o Instituto Nacional de Saúde Pública se recusou a comentar a diferença.
Mais grave ainda: entre 17 e 20 de junho, a Sérvia contabilizava 300 novas infecções, segundo o BIRN. Várias testemunhas afirmam que era impossível realizar testes na semana antes da eleição.
Em Belgrado, um médico doente não conseguiu diagnósticos para a sua família. Vários professores e pais de crianças que frequentavam jardins de infância da capital desenvolveram sintomas da doença, mas os estabelecimentos não fecharam. 
Há vários dias, longas filas se formam à espera de testes em hospitais do país. A situação é tão tensa que brigas foram registradas entre pacientes e profissionais da saúde.
Novo pico de contágio na Macedônia do Norte
A Macedônia do Norte, país de cerca de 2,5 milhões de habitantes, é palco de novo capítulo da epidemia de Covid-19 desde o início de junho. A principal explicação são os eventos festivos que marcaram o fim do Ramadã, em 23 de maio, que coincidiram com o relaxamento das medidas de quarentena no local.
No último sábado, o país registrou 176 novos casos e nove mortes, uma número que não era registrado desde o período mais crítico da epidemia, entre março e abril. No entanto, as autoridades decidiram abrir completamente as fronteiras terrestres, bem como os aeroportos de Skopje e Ohrid, a partir de 1° de julho.
Apesar do registro da segunda onda, o governo também pretende manter as eleições legislativas antecipadas, convocadas para 15 de julho.
Já na Bósnia-Herzegovina, no último sábado, foram anunciados 150 novos casos e três mortes. Enquanto isso, os laboratórios privados continuam sem a licença que permite a realização de diagnósticos PCR, da qual dispõem apenas os hospitais públicos. 
Nenhuma possibilidade de nova quarentena
Apesar dos sistemas de saúde terem chegado perto do esgotamento, os países dos Bálcãs enfrentaram relativamente bem a primeira onda da Covid-19. Mas o fim das medidas de confinamento, em maio, podem ter colocado esse sucesso por água abaixo.
Até o momento, as autoridades sérvias não evocam a possibilidade de restaurar a quarentena por razões econômicas. Já Montenegro e a Macedônia do Norte voltaram a anunciar restrições nas comunidades mais atingidas.
Croácia tenta salvar setor do turismo 
Desesperada para tentar salvar o setor do turismo, que representa 30% do Produto Interno Bruto do país, a Croácia vê o número de casos aumentar em diversas regiões. O torneio Adria Tour, organizado por Novak Đoković em várias cidades pode ter funcionado como um foco ambulante da Covid-19. O próprio tenista testou positivo depois da competição.
Com o objetivo de não assustar os turistas da União Europeia, Zagreb decidiu impor uma quarentena obrigatória de 14 dias a todos os cidadãos da Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Kosovo e Macedônia do Norte.
Nada garante, no entanto que os alemães, principal foco do turismo croata, sejam atraídos pela decisão. Para os outros países dos Bálcãs, ao que tudo indica, as férias de verão serão restritas a seus territórios.
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