Recontagem de votos nos EUA nem sempre ajuda candidato em desvantagem, diz levantamento

Iniciado por noticias, 07, Novembro, 2020, 21:01

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Recontagem de votos nos EUA nem sempre ajuda candidato em desvantagem, diz levantamento

Geórgia se encaminha para recontagem após vantagem de Joe Biden sobre Donald Trump continuar pequena. Balanço da emissora NBC mostra que, em diversos casos, diferença entre candidatos aumentou depois de os votos serem recontados. Contagem de votos no estado da Geórgia, nesta sexta-feira (6).
Jessica McGowan/AFP
Autoridades estaduais da Geórgia afirmaram nesta sexta-feira (6) que o estado se encaminha para uma recontagem dos votos das eleições presidenciais americanas. A diferença entre Donald Trump e Joe Biden nesta noite está pouco acima de 4 mil votos a favor do democrata, margem considerada muito pequena para que um vencedor seja declarado.
Entretanto, segundo levantamento da emissora americana NBC, é muito raro que as recontagens mudem consideravelmente o resultado da eleição. Nas duas últimas décadas, isso não aconteceu nenhuma vez nos estados considerados chave — inclusive, houve vários casos em que a margem do vencedor aumentou depois de as autoridades contarem os votos uma segunda vez.
AO VIVO: Últimas notícias das eleições americanas
MAPA DA APURAÇÃO: Veja em tempo real a contagem dos votos
Nos Estados Unidos, recontagens de votos são comuns e dentro da lei quando há diferenças muito pequenas entre os dois candidatos em disputa. Geralmente, os estados entram nesse processo quando a margem fica menor de 0,5 pontos percentuais — o que muito provavelmente será o caso na Geórgia (leia mais no fim da reportagem).
O levantamento inclui votações para o judiciário dos estados — nos EUA, alguns cargos na Justiça, como procurador-geral, são decididos por vias eleitorais.
Veja abaixo alguns exemplos, segundo levantamento da rede NBC
Eleições para o judiciário na Geórgia (2004) — vantagem do vencedor subiu de 348 para 363 votos depois da recontagem.
Eleições para o judiciário na Carolina do Norte (2006) — vantagem do vencedor subiu de 3.416 para 3.446 votos depois da recontagem.
Eleições para o judiciário na Pensilvânia (2009) — vantagem do vencedor subiu de 83.693 para 83.974 votos depois da recontagem.
Eleições para o judiciário na Carolina do Norte (2010) — vantagem do vencedor subiu de 5.988 para 6.655 votos depois da recontagem.
Eleições para o judiciário de Wisconsin (2011) — vantagem do vencedor caiu de 7.316 para 7.004 votos depois da recontagem.
Eleições para o judiciário na Carolina do Norte (2014) — vantagem do vencedor caiu de 5.427 para 5.410 votos depois da recontagem.
Eleições para presidente em Wisconsin (2016) — vantagem do vencedor (Donald Trump) subiu de 22.617 para 22.748 votos depois da recontagem.
Recontagem na Geórgia
Secretário de Estado da Geórgia fala que "processo é aberto e transparente a todos os monitores"
Com 16 votos em jogo no Colégio Eleitoral, a Geórgia deverá ter recontagem das cédulas, afirmou o secretário de Estado local, Brad Raffensperger. Ele argumentou em entrevista coletiva que a diferença entre Biden e Trump continua muito pequena para que seja declarado um vencedor. Veja no VÍDEO acima.
"A contagem final neste ponto tem grandes implicações para o país todo. O que está em jogo é muita coisa, as emoções estão altas de todos os lados, não vamos deixar que os debates atrapalhem o nosso trabalho ou nos distraiam. Vamos fazer o correto para garantir a integridade da nossa eleição", afirmou Raffensperger.
Eleição nos EUA - apuração dos votos na Geórgia em 4 de novembro
Jessica McGowan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
De acordo com projeção da agência Associated Press às 19h50 desta sexta (6), a diferença de Biden para Trump estava em pouco mais de 4 mil votos. Isso representa apenas 0,08 ponto percentual de distância entre os dois candidatos.
Ainda há votos sendo computados na Geórgia, principalmente de militares ou de civis no exterior. A vantagem do democrata pode, portanto, diminuir — resta saber se suficientemente para reverter a diferença em favor de Trump.
Até este ano, a Geórgia costumava ser um reduto republicano bastante sólido. A última vez que um democrata venceu nesse estado foi em 1992, quando Bill Clinton derrotou o então presidente George Bush.
VÍDEOS: Eleições nos EUA 2020
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