Taiwan acusa China de simular um ataque à ilha

Iniciado por noticias, 08, Agosto, 2022, 09:00

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Taiwan acusa China de simular um ataque à ilha


   'Há vários aviões e navios comunistas realizando atividades ao redor do Estreito de Taiwan, consideramos que realizavam uma simulação de ataque à principal ilha', afirmou o ministério da Defesa de Taiwan em um comunicado. Avião de guerra da China em um dos momentos em que ultrapassa o Estreito de Taiwan e invade espaço aéreo da ilha, em 5 de agosto de 2022.
Ng Han Guan/ Associated Press
Taiwan afirmou neste sábado (6) que o exército chinês simulou um ataque contra seu território e criticou o comportamento da China, que chamou de irresponsável.
O governo da China intensificou as represálias após a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, nesta semana.
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A escala de Pelosi em Taiwan foi considerada uma provocação pela China, que, em retaliação, iniciou os maiores exercícios militares ao redor de Taiwan em décadas.
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Treino para simular bloqueio da ilha
De acordo com analistas, as manobras, que devem prosseguir até domingo, têm o objetivo de treinar um bloqueio da ilha. Para o ministério de Defesa de Taiwan, no entanto, trata-se de uma simulação de uma ataque.
"Há vários aviões e navios comunistas realizando atividades ao redor do Estreito de Taiwan, consideramos que realizavam uma simulação de ataque à principal ilha", afirmou o ministério da Defesa de Taiwan em um comunicado.
Os militares da ilha anunciaram a mobilização de patrulhas aéreas e terrestres, além de sistemas de mísseis terrestres.
China anunciou simulação com munição real
O governo da China de fato anunciou que fará simulações com munição real no sul do Mar Amarelo, entre a China e a península da Coreia, entre este sábado e 15 de agosto.
As forças chinesas divulgaram na sexta-feira um vídeo de um piloto que gravou a linha costeira e montanhas da ilha a partir de sua cabine.
China dispara 16 mísseis sobre águas que cercam Taiwan
O Comando Oriental do exército divulgou uma foto que supostamente foi feita de um navio de guerra durante uma patrulha perto de Taiwan que mostra claramente a costa da ilha.
De acordo com o canal estatal chinês CCTV, os mísseis chineses sobrevoaram Taiwan durante as manobras, mas a informação não foi confirmada.
O governo de Taiwan insiste que não recuará diante da China, que chamou de "vizinho do mal".
John Culver, ex-analista da CIA para a Ásia, considera que a principal intenção de Pequim com seus exercícios militares é mudar o status quo.
"Acredito que é o novo normal", afirmou em um evento organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
"Os chineses querem mostrar que uma linha foi cruzada com a visita de Pelosi", concluiu.
Ações brutais
O Conselho de Assuntos Continentais, o órgão de governo taiwanês que administra as relações com a China continental, afirmou que os chineses tomaram ações "brutais e deploráveis".
"Pedimos a todos os nossos aliados democráticos de todo o mundo que continuem apoiando Taiwan e contra-ataquem o comportamento irresponsável de um regime autocrático que mina a paz com sua aventura militar", diz o texto do conselho.
EUA dizem que querem evitar crise mundial
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou neste sábado nas Filipinas que Washington está "decidido a atuar de forma responsável" para evitar uma crise mundial.
O governo da China anunciou a saída das negociações e acordos de cooperação com os americanos, particularmente sobre mudança climática e cooperação de defesa.
Os dois países, os maiores poluentes do mundo, haviam anunciado um compromisso para trabalhar juntos e acelerar a ação climática, mas o acordo agora parece incerto.
A China não deve fazer as negociações sobre temas de interesse global como a mudança climática como "refém", disse Blinken: "Isto não pune os Estados Unidos, e sim o mundo", afirmou.
"É impossível abordar a emergência climática se as economias número um e dois e os poluentes número um e dois não adotarem decisões", disse Alden Meyer, do centro de estudos sobre o clima E3G.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou neste sábado nas Filipinas que Washington está "decidido a atuar de forma responsável" para evitar uma crise mundial.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que as duas potências devem continuar trabalhando juntas pelo bem do mundo.
"Para o secretário-geral, não há forma de resolver os problemas mais urgentes do mundo sem um diálogo efetivo e cooperação entre os dois países", declarou seu porta-voz Stephane Dujarric.
Novo normal?
A escala e intensidade dos exercícios chineses provocaram críticas dos EUA e de outros países. O governo americano convocou na sexta-feira o embaixador chinês em Washington para questionar as ações de Pequim.
Japão e Austrália também pediram o fim das manobras chinesas.
Diretor de programa de mísseis morreu
Em um momento de tensão, o vice-presidente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, uma agência do exército, morreu vítima de um ataque cardíaco neste sábado.
Uyang Li-hsing, 57 anos, era diretor de um programa de produção de mísseis  e foi encontrado morto em um hotel do sul de Taiwan.
"Um exame médico determinou que a causa da morte foi um infarto do miocárdio e angina", afirma um comunicado do instituto.
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