ANÁLISE: A frente de batalha democrata para enfrentar Trump

Iniciado por noticias, 06, Janeiro, 2019, 09:01

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ANÁLISE: A frente de batalha democrata para enfrentar Trump


   Pré-candidatura de Elizabeth Warren agita partido, que enfrentará duro embate de ideias e gerações na escolha de candidato para derrotar presidente. Elizabeth Warren jura ao cargo de senadora dos EUA nesta quinta-feira (3)
Alex Edelman/ AFP
A campanha presidencial de 2020 nos EUA começou no apagar das luzes de 2018, quando a senadora democrata Elizabeth Warren anunciou sua intenção de concorrer à disputa.  Sem um líder definido e especulações em torno de três dezenas de nomes, o partido está unificado em apenas um objetivo: fazer com que a presidência de Donald Trump se resuma a um mandato.
Mas a equação final parece complicada. Há um embate ferrenho de ideias e gerações. Uma prova disso foi o processo de escolha da veterana Nancy Pelosi para a presidência da Câmara, o terceiro cargo mais importante na hierarquia americana. Embora confirmada como speaker, ela enfrentou a resistência de 15 desertores entre seus correligionários.
Aos 69 anos, Elizabeth Warren ingressa num campo que deverá estar lotado para as primárias e de onde sairá um escolhido, supostamente o mais preparado para derrotar Trump.
Entre os expoentes do partido que ainda deliberam se entrarão na disputa, estão o ex-vice Joe Biden, o senador Bernie Sanders -- que em 2016 expôs as fissuras no partido ao dificultar a indicação de Hillary Clinton --, o deputado Beto O'Rourke, do Texas, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.
Neste cenário de absoluta incerteza, a pré-candidatura da senadora Warren, definida como combativa e ao mesmo tempo divisiva, mistura reações antagônicas. Líder da ala progressista do partido, atua como crítica aguerrida aos excessos de Wall Street e das grandes corporações, liderando o Consumer Financial Protection Bureau, órgão fiscalizador criado pelo governo após o crash financeiro de 2008. Sua base eleitoral confunde-se com a de Bernie Sanders -- ambos respaldados por pequenos doadores.
Ex-professora de direito, foi a primeira senadora mulher eleita por Massachusetts, em 2012, após a morte de Edward Kennedy. Warren é um dos alvos preferidos do presidente Donald Trump, que a chama de "Pocahontas", estimulando uma controvérsia lançada por opositores da senadora de que ela teria conseguido benefícios em sua carreira acadêmica dizendo-se ser descendente de indígenas, das tribos Cherokee e Delaware. 
Em outubro passado, na tentativa de calar Trump, Warren divulgou um teste de DNA para provar sua ancestralidade. Mas a estratégia deu errado e ela foi acusada de ingênua e criticada até pela comunidade indígena.  Segundo o site FiveThirtyEight, num partido sedento por uma nova geração de líderes, a janela de oportunidade para Elizabeth Warren pode ter se fechado.
Mas, na avaliação de Peter Beinart, professor de jornalismo da Universidade de Nova York, a melhor explicação para o fato de Warren atrair críticas conservadoras tão desproporcionais nada tem a ver com suas visões econômicas progressistas e sim no velho debate sobre gênero.
"É que ela é mulher", afirma em artigo na revista "The Atlantic". E a ambição das mulheres costuma provocar reação mais negativa do que a dos homens. E, se depender de mulheres como Elizabeth Warren, mais uma vez, a discussão sobre gênero estará na linha de frente da campanha e terá um papel crucial na próxima eleição americana.
Sandra Cohen
Arte/G1

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