Testemunhas dizem que opositora foi presa em Belarus

Iniciado por noticias, 08, Setembro, 2020, 21:01

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Testemunhas dizem que opositora foi presa em Belarus


   Maria Kolesnikova faz parte do 'conselho de coordenação' da oposição, que tenta dialogar com o presidente Alexander Lukashenko.  Imagem de arquivo mostra Maria Kolesnikova, opositora ao regime de Alexander Lukashenko, em entrevista coletiva em Minsk, Belarus, em 24 de agosto de 2020
Vasily Fedosenko / Reuters
Diversas testemunhas afirmaram que Maria Kolesnikova, importante figura da oposição em Belarus, foi detida nesta segunda-feira (7). O anúncio foi feito pela sua equipe de campanha em um momento em que aumenta a repressão contra os críticos do presidente Alexander Lukashenko.
Maria Kolesnikova, que integra o "conselho de coordenação" da oposição, criado para preparar o caminho para uma transição política no país, foi uma das poucas opositoras que não partiram para o exílio. Ela é alvo de um processo judicial, de acordo com a agência France Presse.
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Os depoimentos obtidos pelos colaboradores de Kolesnikova indicam que ela foi levada nesta segunda por homens não identificados em um carro. Ela não responde ao telefone, assim como dois integrantes de sua equipe.
Procurado pela AFP, o Ministério do Interior bielorrusso afirmou não ter informações sobre a detenção de Kolesnikova e seus colaboradores.
Exílio
Nomes importantes da oposição buscaram refúgio no exterior por temor de serem presos, como foi o caso de Svetlana Tikhanovskaya, que atualmente está na Lituânia. Ela concorreu com Lukashenko na eleição de 9 de agosto.
Outra figura de destaque da oposição, Olga Kovalkova, anunciou no sábado (5) que viajou à Polônia depois de receber ameaças do serviço de inteligência de Belarus.   
Mais de 600 detidos no domingo
Manifestantes protestam contra reeleição do presidente de Belarus. Cores vermelha e branca representam a oposição ao governo.
Associated Press
Apesar da grande presença das forças de segurança, mais de 100 mil pessoas saíram às ruas do centro da capital, Minsk, no domingo (6), quarto fim de semana consecutivo de mobilização desde a polêmica reeleição de Lukashenko, em 9 de agosto. Outras manifestações aconteceram em cidades como Grodno ou Brest (oeste). 
O ministério do Interior de Belarus informou nesta segunda-feira que 633 pessoas foram detidas "por infringir a lei" durante o grande protesto de domingo. Este é o maior número de detidos durante uma manifestação.
Desde o início dos protestos, mais de 7 mil pessoas foram detidas. De acordo com o ministério, 363 pessoas continuam em detenção provisória e aguardam a análise de seus casos pelos tribunais. 
5 pontos para entender a crise em Belarus
Lukashenko, de 66 anos, governa Belarus desde 1994. A oposição acusa o governo de fraudar o resultado da votação de 9 de agosto em que ele foi reeleito pela 6ª vez. Até o momento, o chefe de estado descarta qualquer tipo de diálogo.
Os países europeus não reconheceram os resultados das eleições e preparam sanções contra importantes autoridades bielorrussas.
O líder bielorusso que, antes da eleição criticou as tentativas de "desestabilização" de Moscou, agora denuncia um "complô" ocidental e tenta se aproximar da Rússia, seu tradicional aliado e parceiro econômico.
Crise em Belarus
Juliane Monteiro/ G1

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