'Voltou muito embriagado', diz esposa de Daniel Alves em julgamento do brasileiro na Espanha por estupro

Iniciado por noticias, 12, Fevereiro, 2024, 05:09

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'Voltou muito embriagado', diz esposa de Daniel Alves em julgamento do brasileiro na Espanha por estupro


     Joana Sanz, casada com Alves, disse que marido chegou em casa de madrugada e bêbado na noite em que acusação diz que houve estupro. Amigo do brasileiro disse não ter visto choro da vítima, que prestou depoimento na sessão de segunda (5) por cerca de uma hora. Alves falará na quarta (7).  Esposa de Daniel Alves, Joana Sanz, chega para depor no 2º dia do julgamento do ex-joador
LLUIS GENE / AFP
A esposa do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, a modelo espanhola Joana Sanz, chegou nesta terça-feira (6) a um tribunal de Barcelona para prestar depoimento no segundo dia do julgamento de Alves.  O brasileiro responde pela acusação de ter estuprado uma mulher em uma boate da cidade espanhola. Ele nega.
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Segundo a imprensa local, que acompanha os depoimentos,  Joana Sanz disse aos juízes que, na noite em que segundo a acusação houve o estupro, Daniel Alves havia ido jantar com amigos, mas que só voltou para casa por volta das 04h e muito embriagado. Ainda segundo a modelo espanhola, Alves "bateu no armário e caiu na cama".
De acordo com a imprensa espanhola, Joana Sanz pediu divórcio de Daniel Alves no ano passado, após o brasileiro ser preso de forma preventiva. A advogada de Alves negou a informação.
Ela foi indicada para depor pela defesa de Alves e, portanto, a expectativa era a de que ela falasse a favor do marido.
No ano passado, no entanto, ela deu declarações e fez publicações nas redes sociais indicando decepção com o marido - quando admitiu ter tido relações com a jovem que o acusa de estupro (leia mais abaixo), Daniel Alves alegou ter mentido em um primeiro momento para ocultar da esposa a relação extraconjungal. 
Em março do ano passado, logo após visitar Alves na prisão, Joana Sanz publicou um texto em suas redes sociais no qual dizia estar "fechando uma etapa" da sua vida.
Além de Sanz, outras 21 testemunhas foram convocadas para prestar depoimento nesta terça, entre eles amigos de Alves que estavam na boate e funcionários da discoteca Sutton, onde a acusação diz ter ocorrido o estupro.
Um dos amigos do ex-jogador brasileiro convocados, identificado no processo como Bruno Brasil, foi o primeiro a falar ao júri nesta terça. Segundo a imprensa local, Bruno disse no depoimento não ter visto a vítima chorar nem manifestar desconforto após sair do banheiro onde, segundo ela, foi estuprada por Daniel Alves.
Bruno Brasil é o amigo que estava com Daniel Alves no momento em que o brasileiro abordou a vítima. Ele disse que Alves e a jovem "dançaram com respeito" e que houve uma "química respeitosa" entre os dois, ainda de acordo com a imprensa.
Durante os cerca de 15 minutos em que o brasileiro e a jovem espanhola ficaram no banheiro da área VIP onde o grupo estava, Bruno ficou conversando com a prima da vítima, segundo ele confirmou nesta terça.
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LLUIS GENE / AFP
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No total, o julgamento, que durará três dias, ouvirá 28 testemunhas, além de Daniel Alves e da vítima, que falou em sessão privada na segunda-feira.
O julgamento acontece mais de um ano após a mulher, uma jovem espanhola, ter alegado ter sido estuprada pelo ex-jogador. Na segunda-feira, Alves, que está  há mais de 380 dias em prisão preventiva, foi à Audiência de Barcelona, a instância mais alta da Justiça local e que julga o caso.
Foi a primeira aparição pública do brasileiro desde que ele foi preso, em 20 de janeiro de 2023. Ele deveria prestar depoimento na própria segunda-feira, mas sua advogada pediu para que a fala de seu cliente fosse transferida para a última sessão, na quarta-feira (7), e a juíza responsável pelo caso acatou o pedido.
A jovem que acusou Alves prestou depoimento na sessão de segunda (5) por cerca de uma hora. Sua voz foi distorcida para proteção, e a imprensa foi proibida de acompanhar sua fala — desde o início do caso, a juíza responsável pelo julgamento proibiu a divulgação da identidade e de imagens da jovem.
Além disso, duas mulheres acusaram Daniel Alves de apalpá-las na mesma noite em que ele teria estuprado uma amiga delas. As três dançaram com ele e amigos dele na área VIP da balada, segundo o jornalista espanhol Jesús González Albalat, que viu imagens da boate na noite do dia 30 de dezembro de 2022, que estão em segredo de justiça.
A Promotoria de Barcelona pede nove anos de prisão para o brasileiro. Ainda não há previsão para a sentença sobre o caso.
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Julgamento
As testemunhas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.
Seis testemunhas prestaram depoimento nesta primeira sessão, entre elas, a mãe de Daniel Alves.
As outras 22 testemunhas falarão nesta terça.
Já a última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um relatório e conclusões.
A juíza Isabel Delgado Pérez, que julga o caso, ficará responsável por elaborar a sentença. Ao g1, o tribunal disse que ainda não há prazo para que saia a sentença final ao jogador. Até lá, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva, em um presídio nos arredores de Barcelona, segundo a decisão atual da Justiça.
O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão ao jogador. A defesa da mulher que denunciou o estupro queria uma sentença maior, de 12 anos de prisão.
O que diz a acusadora
A mulher que acusa Daniel Alves de estupro afirma que, na noite em que, segundo ela, o estupro ocorreu, estava com uma amiga e uma prima na área VIP da boate Sutton e que já tinha dançado com o jogador e amigos dele. Depois disso, diz ela, o atleta insistiu para que a jovem o acompanhasse até um outro recinto.
A jovem alega que achava que, nesse segundo espaço, havia uma nova área VIP. Ao entrar, no entanto, notou que estava num banheiro pequeno, que só tinha um vaso e uma pia. Lá, segundo a acusadora, aconteceu o estupro.
'Tribunal paralelo'
Daniel Alves durante sessão de julgamento
Jordi Borras/AFP
No início da sessão no primeiro dia de julgamento, a advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de um "tribunal paralelo", feito, segundo ele, pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.
Guardiola solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados.
Tentativa de acordo
Em uma corrida contra o tempo e a uma semana do início do julgamento, a defesa do brasileiro ainda tentaram um acordo com advogados da mulher antes do julgamento, segundo fontes dos dois lados ouvidas pela rede de TV espanhola Telecinco.
Caso houvesse um acordo, as acusações seriam retiradas, e o julgamento, cancelado.
Segundo a Telecinco, citando fontes da acusação, as conversas sobre um acordo chegaram a ser protocoladas na Justiça, mas a divulgação de imagens da jovem pela mãe de Daniel Alves esfriaram as negociações.
Assim, ambas as partes chegaram ao tribunal nesta segunda sem o acordo em mãos.

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