Chefe do exército defende que Bouteflika deixe a presidência da Argélia

Iniciado por noticias, 28, Março, 2019, 03:02

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Chefe do exército defende que Bouteflika deixe a presidência da Argélia


   Tenente afirma que presidente é incapaz de governar e que é preciso achar uma saída constitucional para tirá-lo do poder. Governo já dura 20 anos. Abdelaziz Bouteflika em foto tirada em abril de 2013. Presidente argelino teria sido internado após sofrer derrame celebral
Louafi Larbi/Reuters
O chefe de gabinete do Exército da Argélia exigiu que o presidente Abdelaziz Bouteflika seja declarado incapaz de governar, de acordo com a BBC. O anúncio, feito em um discurso televisionado, vem depois de semanas de protestos contra o presidente argelino.
"Precisamos encontrar uma saída para essa crise imediatamente, dentro do marco constitucional", disse o tenente-general Ahmed Gaed Salah.
O presidente já concordou em não representar um quinto mandato nas próximas eleições, que foram adiadas. Mas, os manifestantes o acusam de realizar manobras para prolongar seu governo, que já dura 20 anos.
'Incapacidade de governar'
No pronunciamento, o chefe do exército pediu o uso do Artigo 102, que permite que o Conselho Constitucional declare o cargo de presidente vago caso o líder seja incapaz de governar.
"Esta solução alcança um consenso e deve ser aceita por todos", disse Gaed Salah aos aplausos de oficiais que assistiam ao discurso.
Presidente da Algéria, Adbelaziz Bouteflika, ao lado do general Ahmed Gaed Salah em 2012, durante formatura de turma do exército
Ramzi Boudina/Reuters
Em declarações anteriores, ele afirmou que os militares e o povo tinham uma visão unificada do futuro, insinuando o apoio das forças militares às manifestações.
Protestos
No último mês, o presidente argelino começou a enfrentar protestos inéditos contra seu governo. Debilitado desde 2013 por causa de um AVC, a pressão sobre ele começou a aumentar a medida que suas aparições públicas foram se tornando cada vez mais raras.
No dia 11 de março, Bouteflika disse que havia desistido de disputar um quinto mandato e que as eleições previstas para abril seriam adiadas. Desde então, não foi definida uma nova data para definir o novo líder do país.
Estudantes participam de protesto contra presidente Abdelaziz Bouteflika, em Argel, capital da Argélia
Ramzi Boudina/ Reuters
Como explica a colunista do G1 Sandra Cohen, o presidente é comparado a um monarca, apesar do mérito de ter encerrado a guerra civil em 2005. As decisões de governo cabem a um grupo, conhecido como Le Pouvoir (o poder), concentrado em generais, políticos e empresários. Said, irmão mais novo de Bouteflika, comanda a coalizão.
Seus oponentes dizem que não há evidências de que ele esteja em condições de governar o país. As autoridades, por sua vez, dizem que ele está no controle.

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