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Países que se reuniram em Montevidéu também querem explorar a melhor forma possível de enviar ajuda humanitária. Federica Mogherini, alta representante para Assuntos Externos da União Europeia e Rodolfo Nin Novoa, ministro das Relações Exteriores do Uruguai, assistem a uma coletiva de imprensa após uma reunião de líderes europeus e latino-americanos em Montevidéu
Andres Stapff/Reuters
O Grupo de Contato Internacional anunciou nesta quinta-feira (5) que enviará uma missão técnica à Venezuela para avançar com o processo eleitoral como solução pacífica para sair da crise no país. Os países do bloco também querem explorar a melhor forma possível de enviar ajuda humanitária ao país.
A missão fará contato com os mais relevantes atores sociais e políticos da Venezuela, como forma de criar as condições para um processo eleitoral que garanta eleições livres, justas e transparentes. O processo deverá ser inclusivo, sem excluir ninguém que queira participar. Isso implica a libertação dos presos políticos do regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Devido ao agravamento da situação humanitária na Venezuela, a missão técnica terá a finalidade de avaliar a melhor forma para enviar ajuda ao país. A Bolívia, país alinhado com Maduro, exigiu que, antes disso, os países europeus retirem as sanções econômicas e financeiras impostas à Venezuela.
Na declaração final do grupo, ficou estabelecido que os países rejeitam o uso da violência, seja interna ou externa, para justificar uma solução. Em outras palavras, o bloco rejeita uma intervenção militar na Venezuela, bem como uma ação de Nicolás Maduro contra os opositores ou contra a população.
Grupo voltará a reunir-se no começo de março, sem data nem local definidos
A Bolívia deixou de participar de uma das declarações Grupo de Contato Internacional e, em outro momento, propôs um texto sozinha. O país também votou em desacordo com pontos cruciais do grupo.
A declaração final estabelece que a solução para o impasse político na Venezuela passa pela restauração da democracia na Venezuela em sua plenitude, incluindo o respeito por todos os poderes da Assembleia Nacional, democraticamente eleita. Nesse ponto, a Bolívia também é contra a imposição de condições e defende que essa saída deva ser decisão do povo venezuelano.
No grupo, há sete países que reconheceram o opositor Juan Guaidó como presidente interino e o indicado para convocar eleições (Portugal, França, Reino Unido, Alemanha, Espanha Holanda e Suécia). A Itália é o único europeu que não reconheceu o chefe do Parlamento venezuelano.
Entre os quatro latino-americanos, dois países (Costa Rica e Equador, que pertencem ao Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte) reconhecem Guaidó. O uruguai se anuncia como "neutro" e a Bolívia está alinhada com o regime de Nicolás Maduro. "Essa composição plural do grupo é importante para que os contatos se façam com todos", defendeu o chanceler português, Augusto Santos Silva.
Diego Pary, chanceler boliviano, explicou que seu país quer um diálogo sem condicionamentos. "A Bolívia quer um diálogo sem condições. Quem deve definir o que vão debater e o que discutir devem ser os venezuelanos. São os venezuelanos que devem resolver qual é o caminho", argumentou Parcy, afastando a obrigatoriedade da via eleitoral. "A Bolívia rejeita qualquer ameaça de intervenção militar porque a América Latina é um continente de paz. Jamais vamos permitir uma intervenção militar num povo irmão", acrescenta Parcy.