Presidente de Belarus ordena pouso forçado de voo comercial e detém opositor

Iniciado por noticias, 25, Maio, 2021, 15:00

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Presidente de Belarus ordena pouso forçado de voo comercial e detém opositor

Voo da Ryanair partiu da Grécia com destino à Lituânia, onde o ativista e jornalista Roman Protasevich estava exilado desde novembro de 2020. Ele foi detido após Lukashenko ordenar que caça escoltasse o Boeing até Minsk, após denúncias de que havia explosivos a bordo. Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, durante entrevista à imprensa russa em setembro de 2020.
Nikolai Petrov/BelTA/Handout via Reuters
O regime autoritário de Alexander Lukashenko em Belarus ordenou neste domingo (23) que um avião comercial da empresa Ryanair que fazia o voo entre Atenas (Grécia) e Vilnius (Lituânia) desviasse da rota e pousasse em Minsk. Assim que adentrou o espaço aéreo bielorrusso, um caça acompanhou a aeronave até o aeroporto da capital.
MAPA - Voo desviado em Belarus
Guilherme Pinheiro/Arte/G1
Oficialmente, o regime bielorusso alegou que o desvio foi feito porque haveria explosivos a bordo. No entanto, além de não encontrarem bomba nenhuma no avião, os policiais prenderam Roman Protasevich, ativista de oposição a Lukashenko que estava na aeronave.
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Por isso, tanto opositores do governo de Belarus quanto autoridades de outros países acusaram Lukashenko de ordenar o sequestro de uma aeronave comercial (veja mais no fim da reportagem). Depois do pouso em Minsk, o avião seguiu viagem e aterrissou em segurança em Vilnius.
Roman Protasevich em foto de 10 de abril de 2017, quando chegava para prestar depoimento em Minsk
REUTERS/Stringer
Protasevich é jornalista e foi colocado em uma lista de procurados do governo de Belarus após protestos de rua no ano passado, motivados pela eleição presidencial que reelegeu Lukashenko. Adversários alegam que houve fraude eleitoral. Ele estava exilado na Lituânia desde novembro de 2020.
Repercussão
A Lituânia, integrante da União Europeia, pediu que o bloco e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) respondessem. A Alemanha cobrou uma explicação imediata e o primeiro-ministro da Polônia classificou o caso como "um ato repreensível de terrorismo de Estado".
A líder da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, disse que a ação de Belarus foi "totalmente inaceitável".
Lituânia e Belarus são vizinhos e integravam a União Soviética, dissolvida em 1991. O governo bielorrusso ainda é muito próximo da Rússia, enquanto os lituanos se distanciaram de Moscou e, hoje, integram a União Europeia.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, pediu uma resposta internacional.
"Peço aos aliados da Otan e da UE que reajam imediatamente à ameaça representada à aviação civil internacional pelo regime de Belarus. A comunidade internacional deve tomar medidas imediatas para que isso não se repita", disse Nauseda.
A assessora presidencial lituano Asta Skaisgiryte disse que a operação para forçar o pouso do avião que transportava cerca de 170 pessoas de 12 países parecia ter sido pré-planejada.
Ela disse que os serviços de inteligência de Belarus sabiam quem estava a bordo do avião.
Uma porta-voz das autoridades aeroportuárias da Lituânia disse à Reuters que o avião, programado para pousar em Vilnius no início do domingo, agora deve pousar no final do dia.
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