China pede explicações a EUA e Canadá por prisão de diretora da Huawei; mercados reagem

Iniciado por noticias, 07, Dezembro, 2018, 09:00

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China pede explicações a EUA e Canadá por prisão de diretora da Huawei; mercados reagem

Wanzhou Meng foi detida sob suspeita de ter violado sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã; bolsas em diversos países repercutiram o episódio e fecham em queda. Governo chinês exige que Estados Unidos e Canadá esclareçam a prisão da diretora da Huawei
O governo chinês pediu nesta quinta-feira (6) explicações a Washington e Ottawa pela prisão, no Canadá, de Wanzhou Meng, diretora financeira e filha do fundador do grupo de telecomunicações Huawei. A prisão aconteceu a pedido dos Estados Unidos, que acusam a Huawei de violar as sanções norte-americanas ao Irã.
"Exigimos às duas partes que nos esclareçam o mais rápido possível o motivo da detenção", afirmou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, que pediu a libertação "imediata" de Meng Wanzhou.
Wanzhou Meng também é vice-presidente do conselho consultivo da Huawei. Em nota, a empresa confirmou a prisão de Meng e afirmou que a companhia recebeu poucas informações sobre o caso.
Reação do mercado
As bolsas chinesas fecharam em queda nesta quinta, repercutindo a piora das tensões entre EUA e China. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,2%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,7%, segundo informações da Reuters.
Na Europa, as bolsas caíram ao menor patamar em 2 anos. O índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 3,1%, para seu menor nível desde dezembro 2016. O índice sofreu sua pior queda diária desde a votação do Brexit em junho de 2016.
Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 caíram 0,32% e 0,15%, respectivamente. Já o Nasdaq se descolou da tendência negativa e subiu 0,42%.
No Brasil, a Bovespa fechou em queda e o dólar subiu sobre o real.
A queda nos mercados financeiros ocorre em meio a preocupações de que a prisão possa criar mais uma barreira entre a China e os EUA, dias depois de os presidentes Donald Trump e Xi Jinping terem negociado, no G20, uma trégua temporária em sua "guerra comercial" para que os dois lados tenham mais tempo para as negociações.
Entenda a guerra comercial e seus possíveis impactos
"Essa movimentação do mercado ainda é num contexto de dúvida sobre o que vai ser da guerra comercial", disse ao G1 o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. Ele comenta que o episódio da Huawei serviu para adicionar ainda mais incertezas sobre . a trégua negociada no G20
"Esse fato não colabora, obviamente, é péssimo. Mas, como a China chegou a anunciar algumas coisas logo depois da prisão, fica a dúvida de que pé está o negócio, se existem temores que isso possa se estender a outras empresas", diz Vieira. "E, sabendo como é Donald Trump, a possibilidade de que tudo se altere no meio do caminho é muito grande."
O economista chefe da DMI Group, Daniel Xavier, também aponta temores entre a relação entre EUA e China e diz que, "no fundo, o fantasma não é só o conflito comercial, mas também diplomático."
Xavier também avalia que o mercado já vinha em dúvida sobre o acordo do G20, especialmente depois da divulgação de comunicados pelos governos dos dois países. "Cada uma das partes saiu da reunião do G20 e emitiu um comunicado, só que não era uma mensagem única. Cada um tinha uma leitura do comércio. Algumas incongruências começaram a ser reinterpretadas pelo mercado, e para piorar veio a notícia dessa prisão."
Tensões entre EUA e Huawei
As relações tensas entre EUA e a Huawei foram agravadas pela "guerra comercial". Em agosto, o presidente Donald Trump, alegando preocupações com segurança nacional, assinou uma lei que proíbe agências do governo de usar produtos e serviços da Huawei e de sua concorrente chinesa ZTE.
Em junho, legisladores dos EUA fizeram apelo ao Google para que empresa deixasse de fazer negócios com a Huawei, também alegando preocupações com a segurança nacional.

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